No Brasil, o Adestramento (Dressage) é a modalidade do hipismo com menor participação em Olimpíadas, em especial por ser a modalidade que ainda está em fase de fomento e desenvolvimento no País. Ao todo foram cinco participações e agora em Tóquio pela sexta vez, cinco delas individuais e uma vez por equipe. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em sua segunda participação olímpica consecutiva, João Victor Macari Oliva montando Escorial Horsecampline representa o Brasil no Parque Equestre Baji Koen, em Tóquio, que também foi sede das modalidades hípicas na Olimpíada Tóquio 1964.
1972 – MUNIQUE - ALEMANHA
O primeiro brasileiro de Adestramento em Olimpíadas foi o Cel. Sylvio Marcondes de Rezende que montando Othelo ficou em 33º lugar, até hoje o melhor resultado brasileiro da modalidade em Jogos Olímpicos.
2000 – SIDNEY – AUSTRÁLIA
Depois um hiato de 28 anos, o Brasil foi representado por Jorge Ferreira da Rocha montando Quixote Lanciano terminou sua participação com a média final de 54,000% em 47º lugar.
2008 – PEQUIM – CHINA
As competições de hipismo foram realizadas em Hong Kong e pela primeira vez o Brasil chegou como equipe, mas disputou apenas no individual. O Time Brasil foi formado por três conjuntos: Luiza Tavares de Almeida/Samba, Rogério Silva Clementino/Nilo VO e Leandro Aparecido Silva/Oceano do Top. Às vésperas da estreia, Nilo VO sofreu uma lesão e foi reprovado na inspeção veterinária e os outros dois conjuntos competiram pelo pódio individual: Luiza Tavares de Almeida/Sambra registrou a nota média final 60,833% em 40º lugar; Leandro Aparecido da Silva/Oceano do Top registrou 60,125% ficando em 43º lugar.
2012 – LONDRES – INGLATERRA
Nas pistas do Greenwich Park, nos arredores da capital inglesa e palco das competições hípicas, a única representante da América Latina na disputa individual foi a paulista Luiza Tavares de Almeida que montando o Lusitano Pastor registrou 65,866% de nota média final terminando em 47º lugar.
2016 – RIO DE JANEIRO – BRASIL
O Brasil competiu pela primeira vez como equipe, ficando em 10º lugar na classificação geral com a nota média final de 67,562%. Participaram da disputa 60 atletas de 23 países O time, que competiu no Grand Prix, também registrou as maiores notas individuais em Olimpíadas. O melhor resultado foi de João Victor Marcari Oliva que montando Xamã dos Pinhais alcançou a nota final de 68.071% (46º lugar no individual). Na sequencia se posicionaram: Giovana Pass/Zíngaro de Lyw com 67.700% (47ª), Luiza Tavares de Almeida/Vendaval 4 com 66,914% (49ª) e Pedro Tavares de Almeida/Xaparro do Vouga com 65.714% (53º).
2021 – TÓQUIO – JAPÃO
João Victor Marcari Oliva montando o Puro Sangue Lusitano Escorial Horsecampline representa o Brasil no Hipismo Adestramento nos Jogos de Tóquio. O cavaleiro paulista de 25 anos e atleta militar apresentou a melhor nota média, 70,565%, considerados os dois melhores resultados em CDIs acima de 3*. O conjunto fez três índices: dois em CDIs em Portugal (2020 e 2021) e na França em 2021. Para reserva a CBH convocou Pedro Tavares de Almeida com duas montarias, os Lusitanos Famous do Vouga e Xaparro do Vouga.
João Victor Macari Oliva com Escorial HorseCampline em momento refresco nas altas temperaturas do verão em Tóquio ; img: @miriamjeske.photo / Time Brasil
João Victor Marcari Oliva
Atleta brasileiro do Hipismo Adestramento
Nascimento: 02/02/1996 – São Paulo - SP
Instagram: @joaov_oliva
Treinador: Norbert van Laak
Chefe de equipe em Tóquio: Sandra Smith de Oliveira Martins
APRESENTAÇÃO
Paulistano, 25 anos, cavaleiro da modalidade hípica olímpica Adestramento Clássico desde os 12 anos, atleta militar desde 2015 (Sgtº Oliva), criador de cavalos Puro Sangue Lusitano e de raças alemãs, treinador, amante das coisas do campo, da música sertaneja, palmeirense, filho da ícone do basquete Hortência Marcari e do empresário e criador de cavalos José Victor Oliva Jr. Apesar da idade, João Victor já é referência e inspiração para a nova geração de praticantes da mais clássica das modalidades hípicas olímpicas.
PERFIL
João Victor Marcari Oliva começou a montar aos três anos no rancho dos pais (hoje, Coudelaria Ilha Verde), em Araçoiaba da Serra, município da privilegiada região conhecida como “cinturão do cavalo” no Estado de São Paulo e cerca de 130 quilômetros distante da Capital. Aos 12 anos, João Victor estreou nas pistas inspirado em Rogério Silva Clementino, então funcionário da coudelaria e primeiro afrodescendente a integrar uma equipe olímpica da modalidade no Brasil. Se Clementino foi inspiração para o Adestramento, a paixão pelos cavalos veio do pai, o empresário José Victor Oliva Jr. Por parte da mãe, a ex-atleta e ícone do basquete, Hortência Marcari, João Victor tomou gosto pela disciplina, dedicação aos treinos e comportamento esportivo.
TRAJETÓRIA VITORIOSA
Desde sua estreia em pista, em 2008, o jovem talento que se tornou atleta militar (Sgtº Oliva) em 2015, soma importantes conquistas: melhor atleta do time Brasil de Adestramento nas Olimpíadas do Rio 2016 e o melhor brasileiro em uma Final da Taça do Mundo de Dressage, em 2017, em Omaha, Estados Unidos; medalha de bronze por equipe em duas edições dos Jogos Panamericanos, Lima 2019 e Toronto 2015; campeão Sul-Americano individual e por equipe (Odersul/Chile 2014); melhor atleta da equipe brasileira nos Jogos Equestres Mundiais da Normandia, na França, em 2014, e de Tryon, em 2018, nos Estados Unidos. João Victor Oliva é também pentacampeão brasileiro (Amador em 2008, Mirim em 2009, Junior em 2010 e 2011, Young Riders em 2012). Também obteve títulos paulistas e lideranças nos rankings anuais da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) e Federação Paulista de Hipismo (FPH).
Em busca de aperfeiçoamento técnico, o atleta se transferiu em julho de 2014 para Möhnesee, na Alemanha, sendo treinado por Norbert van Laak - treinador de medalhistas olímpicos, mundiais e europeus – passando a competir no circuito europeu em Concursos de Dressage Internacional (CDIs) de nível superior a 3* (4* e 5*, CDI-W e CDIO) com os tops mundiais da modalidade. Após um período treinando com o mestre português Paulo Caetano, em 202', João voltou a treinar com o alemão Nobert van Laak.
MARATONA PARA OLIMPÍADA
Depois do Pan de Lima, João Victor retornou a Europa e se transferiu para Portugal onde foi convidado a participar de um “Projeto Olímpico” montando F-Aron de Massa. Apesar de o conjunto ter sido formado em setembro, em outubro já estava competindo e registrando o 1º índice olímpico - mínimo de 66% na média final e junto a pelo menos um juiz 5* - no CDI3* Le Mans, na França. João Victor e F-Aron de Massa voltaram a competir em Randbol (Dinamarca), Moscou (Rússia) e em München (Alemanha) até final de 2019, mas o conjunto só conseguiu registrar outros dois índices em CDIs3* em Cascais, Portugal, em fevereiro e março de 2020. Porém, F-Aron de Massa foi vendido para os EUA.
Em setembro de 2020, João Victor Marcari Oliva foi convidado a integrar um novo projeto olímpico idealizado pela JRME Horse Campline - grupo de investimento focado na área de equinos - que ofereceu ao cavaleiro o garanhão Puro Sangue Lusitano Escorial HorseCampline. João e Escorial foram além ao registrar três índices e a melhor nota média entre os brasileiros (70,565%), garantindo a única vaga reservada ao Brasil no Hipismo Adestramento.
O 1º índice foi registrado na estreia internacional do conjunto, no Concurso de Dressage Internacional - CDI3* de Alter do Chão, em Portugal, no dia 27/11/2020, quando alcançou a nota média final de 71,000% de aproveitamento no Grand Prix. O 2º índice foi alcançado no CDI3* de Abrantes, Portugal, no dia 24/4/2021, com registro de 69,130% de nota média final no Grand Prix. O 3º índice foi atingido no CDI3* Compiegne, França, no dia 28/5, quando no Grand Prix o conjunto registrou 70,130% de nota média final.
João Victor Marcari Oliva voltou a ser treinado em 2021 pelo alemão Norbert van Laak, que treinou vários atletas olímpicos, incluindo a medalhista francesa Margit Otto-Crépin, equipes da França, Dinamarca, Canadá e Japão, orientando seus times em cinco Olimpíadas, vários campeonatos europeus e Jogos Equestres Mundiais.
RECONHECIMENTO
Por cinco anos consecutivos (2018/ 2017/2016/2015/2014), além de ter sido indicado em 2013 e 2012, João Victor Marcari Oliva conquistou o Prêmio Brasil Olímpico, troféu conferido anualmente aos melhores atletas do país pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). O Exército Brasileiro também condecorou o atleta em março de 2017 com a Medalha do Mérito Desportivo Militar, a maior honraria concedida pelas Forças Armadas a atletas e personalidades ligadas aos esportes.
PRINCIPAIS CONQUISTAS
PROGRAMAÇÃO ADESTRAMENTO
Sexta-feira, 23 de julho
1ª inspeção veterinária
Sábado, 24 de julho - 5h00 a 10h15
Grand Prix
(1ª qualificativa equipes e individual – Sessão 1
(30 participantes)
Domingo, 25 de julho - 5h00 a 10h15
Grand Prix
1ª qualificativa equipes e individual – Sessão 2
(30 participantes)
Terça-feira, 27 de julho - 5h00 a 10h15
Grand Prix Special
Final por equipes
Cerimônia de Premiação Equipes
(24 participantes)
Quarta-feira, 28 de julho - 5h30 a 9h15
2ª inspeção veterinária
Grand Prix Freestyle
Cerimônia de Premiação Individual
(18 participantes)
Imprensa CBH com colaboração Rute Araujo ; img: @miriamjeske.photo / Time Brasil
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