Enduro

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Claudiane Crisóstomo Pasquali, diretora de Esporte Paraequestre da Federação Paranaense de Hipismo, é Auditoria Fiscal do Tribunal de Constas e de modo voluntário se dedica ao desenvolvimento do Paraenduro, um projeto pioneiro que já ultrapassa as fronteiras do Estado. No Campeonato Brasileiro de Paraenduro e Enduro no final do ano Brasília foram 23 os participantes. As distâncias são de 5, 10 e 20 km e os atletas são selecionados para competir nas diferentes distâncias conforme sua autonomia e domínio do cavalo. Para falar sobre o assunto, ninguém melhor que Claudiane que também está frente ao projeto UNIEQUUS . Veja a entrevista completa.

 

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1ª Prova de Paraenduro realizada em 2011, Campina Grande do Sul, Fazendas KielsesClei, no Paraná

 

 

Você atua na diretoria de Esporte Para Equestre, da Federação Paranaense de Hipismo. Como você começou a envolver com esporte paraolímpico e em especial Para Enduro ?

Claudiane Crisóstomo Pasquali. A Diretoria de Esporte Paraequestre foi criada em 2012, após o presidente saber do trabalho que eu já estava desenvolvendo junto aos Centros de Equoterapia e me convidou para ocupar este cargo. A primeira prova de Paraenduro, pioneira no Brasil, aconteceu na fazenda de minha família, em Campina Grande do Sul, em dezembro de 2011, quando sediamos o final do Campeonato Paranaense de Enduro. Eu pratico enduro, de mula, desde 2009. O Paraenduro ainda não é um esporte paraolímpico bem como o enduro ainda não é olímpico.

 

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Satisfação da jovem amazona Letícia

 

Você tem algum centro de treinamento ou onde você atua no treinamento com os cavaleiros e amazonas portadores de necessidades especiais ?

Claudiane. Eu não possuo local de treinamento, os paraenduristas são treinados nos próprios centros de equoterapia, pois a Equoterapia é composta por quatro programas: hipoterapia, ensino, pré-esportivo e esportivo. O Paraenduro faz parte do 4º programa da Equoterapia.

Quantos praticantes de Paraenduro tem no Paraná e também no Brasil ?

Claudiane. No Paraná, existe uma variação de 10 a 20 paraenduristas por prova. No II Campeonato Brasileiro ocorrido em dezembro de 2014, em Brasília, os paraenduristas representavam mais de 20% dos participantes, entre um total de 23 participantes do Paraná, Distrito Federal e São Paulo.

 

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Largada de paraenduristas de 20 km, no II Campeonato Brasileiro, em dez/2014, Brasília: Emmanuelli e Zé Dirceu, acompanhados do cavaleiro-auxiliar Eros Spartalis

 

Além do Paraenduro, você também atua com hipismo para deficientes em outras modalidades ou terapias?

Claudiane. Em 2013, foram montadas duas equipes de paradestramento, do Regimento da Cavalaria, e do Centro Horse Life de Ponta Grossa. Conseguimos trazer de São Paulo, a classificadora funcional FEI Gabriele Walter para classificar nossos atletas. Na sequência, foram conseguidos cavalos lusitanos em doação, bem como aulas gratuitas de equitação básica e volteio para dois deficientes visuais. Este projeto deverá ser retomado em 2015 com maior energia, mesmo assim, a Cavalaria teve paratleta participando de todas as etapas do Campeonato Paranaense de Adestramento em 2014.

 

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Cavaleiro auxiliar guia três paraenduristas na travessia do Rio Capivari

 

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Evento em Ponta Grossa

 

No Exterior, o Paraenduro é muito difundido ?

Claudiane. Ainda não, por ser muito recente o estabelecimento de normas e regulamento próprio, produzido pela Federação Paranaense e seguida pelos outros estados. Soube de participações individuais, junto com o enduro convencional, em Londres e Austrália. Em 2012 fomos procurados por um veterinário chileno que demonstrou interesse e em 2014 por uma juíza FEI também do Chile.

Quais os eventos programados no Paraná e ou outros Estados do Brasil ?

Claudiane. O Paraenduro participou em 2014 das quatro etapas do Campeonato Paranaense, de uma prova do Campeonato Paulista no Haras Albar e de uma prova do Campeonato Brasiliense, mesmo local do II Campeonato Brasileiro de Paraenduro. Em 2015 devemos repetir estas participações, apliando ainda para Maringá onde ocorre o PARAJAPS-Jogos Paradesportivos do Paraná, que conta com mais de 500 paratletas em mais de 20 modalidades, sendo que a única modalidade hípica foi o Paraenduro. Pretendo ainda levar o projeto do Paraenduro para outros estados, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais onde já fiz contatos importantes em 2013 e 2014, e encontrei pessoas interessadas e futuramente para o Rio de Janeiro.

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Reunião em Brasília para organização do II Campeonato Brasileiro de Paraenduro 2014 : Cel. Dornelles (FHB e ANDE), Claudiane Pasquali (FPrH)m Ronaldo Bittencourt (CBH) e Cel. Schweitzer (Cavalaria Brasília)

 

O Para Enduro é voltado somente para pessoas com deficiência física (igual nos Jogos Paralímpicos) ou também para pessoas com deficiências mentais que disputam as Olimpíadas Especiais ?

Claudiane. Os paraenduristas hoje são escolhidos, selecionados e treinados pela equipe multidisciplinar - fisioterapeutas, educadores físicos, equitadores, psicólogos - dos Centros de Equoterapia. Esta seleção depende da habilidade dele com o cavalo, seu domínio, sendo a segurança do atleta a nossa principal preocupação. Conforme seu nível de domínio e autonomia é inscrito nas provas de 5, 10 ou 20 km. Hoje, alguns dos nossos atletas são portadores de doenças mentais ou síndromes, e outros de deficiências físicas, psicológicas ou psico-pedagógicas , porém acredito que num futuro, quando a FEI venha a reconhecer o Paraenduro como esporte, devamos nos adequar às normas deles para profissionalização dos paratletas, sem nos esquecer da proposta de inclusão social que foi o primeiro objetivo do Paraenduro.

 

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Ganhos em todas as frentes para os paraenduristas

 

Quando isso ocorrer, talvez façamos adequações de forma a regionalizar a participação dos deficientes mentais. Vale citar que a primeira campeã brasileira de Paraenduro de 2013 na prova de 20 km, é portadora da Sindrome de Asperger e sua idade mental é inferior a idade cronológica. Ela treina três vezes por semana acompanhada do pai que é endurista, fazendo 30 km a galope por treino.

O que falta para divulgar ainda mais o Para Enduro ?

Claudiane. Para que o Paraenduro ganhe maior espaço no Brasil é necessário que os Presidentes das Federações de Hipismo, abram espaço para a criação de uma Diretoria de Esporte Paraequestre, que se responsabilizará em fomentar não só o Paraenduro, como o Paradestramento em parceria com as Diretorias dos esportes convencionais. Esta parceria tem tido grande êxito aqui no Paraná, com o Érlon Pilati e Juliana Ribas, diretores de Enduro e Adestramento, e com o apoio incondicional do presidente Fernando Sperb aos projetos que esta Diretoria propos até o momento. Em conjunto já estamos formatando um projeto social para o Salto.

 

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Imagem que fala por si

 

Em 2015 acontecerá o lançamento do projeto UNIEQUUS-Universidade e Cavalo juntos na formação de atletas e paratletas, que se encontra em fase final, devendo entrar em atividade junto às Universidades Estaduais ainda no primeiro semestre. Este projeto foi elaborado por mim e mais dois enduristas: Eros Spartalis, da ANDE-Brasil e Capitão Assad, da Cavalaria do Paraná. O espaço já conquistado no Brasil e fora dele, deve-se muito ao apoio da Elizabeth Van Schelle (FEI), Sílvio Arrojo do Institulo de Enduro Brasil (IEB), Ronaldo Bittencourt e o Luiz Roberto Giugni (CBH), Cel. Jorge Dornelles (FHB e ANDE) e Jorge Malouf (FPH).

 

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Equipe UNIEQUUS com FEI: Capitão Assad (Cavalaria), Claudiane Pasquali (FPrH), Elizabeth von Schelle (FEI) e Eros Spartalia (ANDE-Brasil) no Haras Albar

 

No nosso Estado pudemos contar com o olhar especial e entusiasmado do vice-governador e Secretário de Educação Flávio Arns e sua equipe, bem como o apoio da Polícia Militar, em especial do Cel. Péricles, e da Cavalaria do Paraná com o Cel. Eraldo, Cel. Francisco, Cel. Lourival e o atual Cel. Marcio, e da Cavalaria de Brasília, onde seu Comandante, Cel. Schweitzer não poupou esforços em retribuir no II Campeonato Brasileiro, em dezembro/14, a hospitalidade oferecida pelos paranaenses no I Campeoneto Brasileiro , em outubro/13.

O II Campeonato Brasileiro de Paraenduro em Brasília, só aconteceu devido aos esforços conjuntos da Federação do Paraná, da Federação de Brasília, da Cavalaria de Brasília, da ANDE Asssociação Nacional de Equoterapia e da CBH, porém o esporte só se consolidou com a competente e determinada participação dos Centros de Equoterapia do Paraná, de Brasilia e de São Paulo. Sem o trabalho técnico desenvolvido por eles, seria impossível termos conhecimento das diversas patologias e associá-las de forma segura ao Enduro como esporte.

A seu ver, quais os principais benefícios do Para Enduro?

Claudiane. Em 2012 publicamos um portfólio, que foi levado a conhecimento dos apoiadores citados. Nele, um dos levantamentos feitos junto aos treinadores, familiares e atletas era acerca dos benefícios do Paraenduro. Além da auto-estima promovida pela prática esportiva, melhoria do tônus muscular e motricidade, alguns deixaram ou diminuiram suas medicações e houve casos em que o aprendizado evoluiu com maior rapidez do que antes do Paraenduro.

As crianças e adolescentes são conhecidas em suas escolas como Paraenduristas, bem como os adultos nos seus locais de trabalho. Ele obedecem um ritual de treino, disciplina e alimentação, programaddo pelos Centros de Equoterapia, voltada à prática esportiva sempre em consonância com a terapêutica. Também fazem questão de exibir suas medalhas e troféus para os colegas de escola e trabalho. Uma das propostas do projeto UNIEQUUS é a publicação de pesquisas ciéntíficas, que demostrem os resultados da prática do Paraenduro e outros esportes hípicos especiais, visto a carência de publicação a nível mundial dos benefícios do esporte paraequestre.

 

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Missão cumprida para um jovem talento no 1º Campeonato Enduro Paraequestre no Paraná

 

Quais os requisitos para fazer uma prova de Para Enduro ?

Claudiane. Ter habilidade e domínio do cavalo, idade superior a 11 anos, estar acompanhado de auxiliar-lateral ou cavaleiro-auxiliar (que possua curso de equoterapia da ANDE-Brasil, em que um dos módulos ensina procedimentos de emergência), apresentar Atestado Médico autorizando especificamente a prática de Paraenduro, assinado po médico e/ou fisioterapeuta, Termo de Responsabilidade do Treinador/Centro de Equoterapia e Termo de Responsabilidade dos pais e/ou responsáveis.

 

Os eventos acontecem sempre concomitantemente com outras provas de Enduro ?

Claudiane. Sempre. O nosso primeiro objetivo foi o de inclusão social. Depois da primeira prova é que vislumbrou-se a capacidade técnica dos participantes e de seus cavalos e então partiu-se para um treinamento visando transformar os participantes em atletas do paraenduro. Os paraenduristas bem como sua equipe estão sujeitos ao cumprimento de regulamento próprio do Paraenduro publicado anualmente no site da Federação Paranaense, onde sofre as alterações e adaptações respeitando-se o regulamento da FEI e CBH.

 

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Indicação da paraendurista Manu ao Premio Orgulho Paranaense, na Categoria Paradesporto Feminino

 

 

No dia da prova as equipes de Paraenduro bem como do Enduro Convencional, convivem em perfeita harmonia. Os juízes, veterinários, cronometragem, bem como a premiação é a mesma. Os paraenduristas e seus cavalos são federados, como os do Enduro Convencional.

Você também já foi indicada a diversos prêmio pelo seu trabalho. Por favor comente.

Claudiane. Pelo projeto do Paraenduro, recebi em 2013 a medalha "Heróis da Cavalaria", sendo a única mulher e única civil a receber esta menção naquele ano. Também em 2013, recebi indicação ao Prêmio Orgulho Paranaense, pelo projeto de Paraenduro na Categoria Ação das Federações e, em 2014 uma de nossas paraenduristas de Ponta Grossa, a Manu, foi uma das 3 indicadas na Categoria Paradesporto de Rendimento Feminino.

 

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Claudiane Crisóstomo Pasquali recebe a medalha "Heróis da Cavalarial"do Paraná de 2013" pelo projeto de Paraenduro

 

Acredito que estas duas indicações são de grande relevância, pois o Premio Orgulho Paranaense é considerado o maior evento esportivo do Paraná, premiando os melhores do esporte em sete categorias distintas. O Ronaldo Bittencourt, vice-presidente da CBH, foi convidado a entregar o premio de 2014, porém já tinha assumido compromisso e pediu que eu o representasse. Ninguém do esporte equestre, até então, havia sido convidado a entregar o premio, que normalmente é entregue por autoridades da política e destaques do esporte brasileiro como o Giba do volei, Emmanuel do volei de praia e Secretários de Estado.


Deixe uma mensagem para as pessoas que gostariam mas ainda não praticam o Para Enduro ?

Claudiane. O Paraenduro abre as portas para quem gosta de desafios, do cheiro de mato, do simples e do rural. Oferece inclusão no esporte hípico, de paradesportistas que almejam dominar mais que uma bola, raquete, remo... Oportuniza o domínio de um animal que completará os seus movimentos , sua visão, que o fará voar sem sair do chão: o cavalo.

 

 

Fonte: CBH - Carola May; fotos: cedidas

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