Brasil terminou a competição em sétimo lugar por equipes, resultado histórico.
O cavaleiro Sérgio Oliva conquistou na tarde desta quinta-feira,15/9, a medalha de bronze na final individual da classe IA no Hipismo Adestramento dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Montando a égua Coco Chanel, o brasiliense de 34 anos fez 73,826% e a nota alta deixou a torcida em expectativa por uma medalha até o final da prova.
Sergio e Coco Chanel deram show na arena do Complexo Olímpico de Deodoro
"Foi um sonho que eu realizei hoje. Eu estou há 14 anos trabalhando para isso e conquistar uma medalha Paralímpica em casa é um privilégio. Essa medalha de bronze é minha e ninguém tira. Foi muito suada depois de 19 conjuntos e três horas e meia de agonia, eu consegui. Eu queria agradecer a todos os meus patrocinadores, ao CPB e à CBH, que sempre me ajudaram e me fizeram estar aqui hoje. Eu estou muito feliz e para mim essa medalha tem gosto de ouro", contou o mais novo medalhista paraolímpico do Brasil. Sérgio é o segundo Sul-Americano a conquistar uma medalha em Jogos, o primeiro foi o também brasileiro Marcos Fernandes Alves, em Pequim 2008
Esforço e sonho realizado
Sergio Oliva foi o líder da competição até o 19º conjunto entrar na pista. A amazona britânica Sophie Christiansen com Athene Lindebjerg fez a maior nota do dia e sagrou-se tricampeã paralímpica com 78,217%. Foram 25 competidores e até o 24ª o brasileiro era medalha de prata. Até que outro conjunto britânico entrou na pista. Anne Dunham / LJT Lucas Normark alcançou a pontuação de 74,348% e conquistaram o segundo lugar. A soma dos resultados da prova por equipes com os individuais dos quatro conjuntos brasileiros, deu ao Brasil o sétimo lugar geral, resultado histórico.
O trio de medalhistas comemora no pódio Sophie Christiansen, tricampeã olímpica, Anne Dunham, prata, e Sérgio Oliva, bronze
"A gente trabalhou duro para conseguir essa medalha e também esse excelente resultado. Temos uma ótima parceria com a França, tivemos alguns percalços ao longo desse ciclo, mas quando encontramos o cavalo certo eu tinha certeza de que de íamos ter medalha. Eu não posso deixar de agradecer ao trabalho de toda a nossa equipe, os franceses que viraram brasileiros, os tratadores, médicos, fisioterapeutas... Essa conquista é fruto do verdadeiro trabalho de equipe", comemorou Marcela Parsons, diretora de Adestramento Paraequestre da Confederação Brasileira de Hipismo.
"Eu estou como técnico da equipe há 10 anos. Nesse tempo conquistamos as medalhas de bronze do Joca em Pequim 2008. E depois disso foi um pouco difícil porque os outros países fizeram um trabalho muito bom de aperfeiçoamento, tivemos alguns problemas para ficar entre os melhores e hoje fizemos isso, no Brasil. Tinha que ser aqui", disse o técnico Nicolas Commenge.
Sérgio teve paralisia cerebral por falta de oxigenação na incubadora. Aos 13 anos sofreu um acidente em uma porta de vidro e lesionou os nervos na altura das axilas, perdendo os movimentos do braço direito. Voltou a praticar o hipismo em 2002, em provas de salto e de adestramento até 2005, quando optou apenas pelo adestramento. Esta foi a terceira participação de Sérgio Oliva em Jogos Paralímpicos.
Ainda na classe Ia, Vera Lucia Mazzilli com Ballantine foi o segundo conjunto a entrar na pista na final individual de hoje . Na apresentação, a amazona de 65 anos que faz sua estreia em Jogos Paralímpicos alcançou a pontuação de 67,130% e terminou a competição em 18° lugar.
Vera fazendo bonito com Ballantine
"Meu resultado poderia ser melhor, mas o meu cavalo perdeu um pouco o ritmo e em algumas figuras ele não respondeu como eu gostaria. Mas eu estou muito feliz de ter participado dos Jogos Paralímpicos em casa. Ainda mais com a minha idade, eu vejo um monte de cavaleiros tão novos e eu já com a idade avançada, é muito emocionante", contou Vera.
Nesta sexta, 16/9, acontecem as finais estilo livre de todas as classes e o Brasil terá dois representantes: Marcos Fernandes Alves, na IB, e Sergio Oliva, na IA.
Fonte: MktMix Assessoria de Comunicação; fotos: Cleber Mendes/MPIX/CPB
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