Na 2ª-feira, 5/8, e 3ª, 6/8, será definida a final individual da modalidade Hipismo / Salto nos Jogos Olímpicos Paris 2024, a arena nos jardins do Palácio de Versailles. A 1ª qualificativa individual com máximo de 75 concorrentes, respeitando o máximo de três por pais, e é julgada direto ao cronômetro. A final individual na 3ª, em 6/8, é aberta aos 30 melhores conjuntos da 1ª qualificativa individual que têm sua contagem zerada e será disputada normal com um desempate, porém seguindo a ordem de classificação da 1ª qualificativa.
Yuri Mansur, que não largou na 1ª qualificativa por equipes, com Miss Blue: conjunto 100% brasileiro em Paris 2024
Na tarde desse sábado, 3/8, todos os quatro cavalos da equipe brasileira foram novamente aprovados na inspeção veterinária. Estão escalados para saltar a competição individual: Rodrigo Pessoa, ouro individual em Atenas 2024 que entra para história olímpica do Brasil com recorde de oito participações, montando Major Tom, Stephan Barcha, em sua segunda participação olímpica, que apresenta Primavera, Yuri Mansur, melhor brasileiro em Tóquio 2020+1, montando Miss Blue.
Rodrigo e Major Tom na prova de adaptação
O cavalo Nimrod de Muze, montaria de Pedro Veniss, também foi aprovado. Após a realização de um belo percurso zerado na 1ª qualificativa por equipes, Pedro havia sido eliminado devido a um contratempo apresentando um leve risco apresentando um vestígio praticamente invisível de sangue junto à barrigueira.
Pedro e Nimrod de Muze aprovados na nova inspeção veterinária antes da final individual
Stephan com Primavera fez apenas uma falta no meio do triplo ao final da 1ª qualificativa por equipes, e Rodrigo com Major Tom não saltou, porque o Brasil já não tinha mais chance de se qualificar, uma vez que cada país conta com apenas três conjuntos, sem possiblidade de descarte, regra implantada em Tóquio 2020+1 e que ainda gera controversas.
Stephan e Primavera, conjunto 100% Brasileiro em Paris 2024, em salto perfeito na 1ª qualificativa
No placar das equipes em Paris 2024, a Grã-Bretanha foi ouro, 2 pp, os EUA, prata, 4 pp, e a França, bronze, 7 pp. A Holanda chegou em 4º 7 pp, a Alemanha em 5º, 8 pp e a Suécia, campeã olímpica 2020+1 e mundial 2022, em 6º, 12 pp.
Brasileiros de Hipismo em Jogos Olímpicos e o histórico das medalhas olímpicas na modalidade
Um dos diferenciais do Time Brasil em Paris 2024 são as duas éguas Brasileira de Hipismo, nascidas e formadas no Brasil: Miss Blue, criação do Haras Rosa Mystica e propriedade de Thalita Olsen de Almeida da Blue-Saint-Blue Farm. Primavera, criação do Haras Montana e propriedade do Haras Império Egípcio. Primavera está na Europa há um ano e meio e Miss Blue há dois, ambas com vistas à reta final de preparação para formação do Time Brasil rumo aos Jogos.
A primeira participação de cavalos da raça Brasileira de Hipismo (BH), studbook da Associação Brasileira dos Cavalos de Hipismo (ABCCH), em Jogos Olímpicos foi em Los Angeles, em 1984, com MC Alpes, da Coudelaria MC, montaria de Marcelo Blessmann. Nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996 veio a primeira medalha de bronze por equipes com Rodrigo Pessoa montando Tom Boy, Álvaro Afonso de Miranda Neto, o Doda, montando Aspen, André Johannpeter e Calei Joter e Felipe de Azevedo com Cassiana Joter. Mas os Jogos também foram históricos com participação de quatro animais BH: Calei, Cassiana e Adelfus Joter (o último pela equipe Suíça) - de criação de Jorge Gerdau Johannpeter, do Haras Joter, do Rio Grande do Sul, e Aspen, criação do Haras Campos Salles, em São Paulo.
Em Sydney 2000, o Brasil conquistou o 2º bronze por equipes com Rodrigo Pessoa e Baloubet du Rouet, Luiz Felipe de Azevedo com Ralph, Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, com Aspen e André Johannpeter e Calei Joter, ou seja, novamente com dois BHs. Na disputa individual, Rodrigo com Baloubet sofreu a amarga desclassificação pertinho do ouro individual e André Johannpeter com seu BH Calei Joter conquistou a 4ª colocação - igualando seu feito ao do Gal Eloy Menezes, em 1952 - até então ambos com a melhor classificação individual na história. Na Rio 2016, Landpeter do Feroleto foi o BH integrante da equipe, com Stephan Barcha. Já o primeiro ouro individual coube mesmo à lendária dupla Rodrigo Pessoa e Baloubet du Rouet, em Atenas 2004, lembrando que primeiramente foi de prata. Com a eliminação de Waterford Cristal, montaria de Cian O'Connor, da Irlanda, devido a uma substância proibida, Rodrigo recebeu o ouro um ano depois, em uma cerimônia no Forte de Copacabana no Rio de Janeiro.
Comissão técnica
Dessa vez, o chefe de equipe Pedro Paulo Lacerda que ao lado do técnico Phillipe Guerdat garantiu grandes conquistas para o hipismo brasileiro está ausente devido a recente acidente montado. Pedro está se recuperando, mas não pôde viajar para Paris. Assim Tatiana Gutierrez, secretária geral da CBH, e o cavaleiro pan-americano Marlon Zanotelli compartilham a função, ao lado treinador Philippe Guerdat e com todo apoio do veterinário Rogério Saito.
Agenda no Brasil
Entre 20 e 25/8, o Longines São Paulo Horse Show - The Indoor Showjumping of Brasil, o CSI-W4* 34º Indoor na Sociedade Hípica Paulista, em São Paulo, é o primeiro evento internacional no país após os Jogos Olímpicos e também considerado o principal a cada ano. Curiosamente, três dos quatro integrantes do Time Brasil de Salto foram campeões do GP do Indoor: Rodrigo Pessoa com Rose Garden, em 1992, Yuri Mansur com Deulyz, em 2013, Stephan Barcha com Primavera, 2021. Rodrigo também é sócio honorário da SHP e Pedro Veniss, nascido e criado na SHP, onde inicou sua bem-sucedida carreira. Guilherme Jorge, desenhador do percurso na Rio 2016 e delegado técnico em Paris 2024, vai armar os percursos no Indoor.
Imprensa CBH - Informações: Carola May (imprensa@cbh.org.br) - imagens: Luis Ruas