Nessa quarta-feira, 4/9, Rodolpho Riskalla, 40 anos, em sua terceira Paralimpíada, montando Denzel se qualificou para o GP Estilo Livre, prova final de Paradestramento nos Jogos de Paris que acontece no sábado, 7/9, nos jardins do Palácios de Versalhes. A qualificação aconteceu na prova Grau V Individual em que registrou 69.615%, garantindo a 7ª colocação entre os 17 competidores de 15 países. O cavaleiro, sempre entre os favoritos, perdeu importantes pontos devido a um incomodo de seu cavalo com uma mosca no movimento ao passo.
O GP Estilo Livre vai reunir 40 conjuntos que se qualificaram na prova técnica, sendo oito de cada um dos cinco graus (I a V).O Paradestramento é dividido em cinco níveis identificados com algarismos romanos I, II, III, IV e V, do maior ao menor grau de comprometimento físico. Rodolpho ompete no Grau V, um grau acima de sua classificação funcional.
Rodolpho Riskalla e Denzel em sua apresentação no Grau V Individual em Versailles, em 4/9; img: CPB
Depois de carreira brilhante no Adestramento convencional, Rodolpho Riskalla foi acometido por uma meningite bacteriana em 2015 e teve parte de uma mão e das duas pernas (abaixo do joelho) amputados. Decidido a não parar de montar, seis meses depois de voltar de um coma já estava em cima de um cavalo e sonhando em representar o Brasil em Paralimpíada.
Em Paris, cidade onde residiu por vários anos e é funcionário da Christian Dior, Rodolpho hoje mora em Hagen, Alemanha, e disputa sua terceira Paralimpíada. A estreia foi nos Jogos do Rio 2016, e desde então o atleta vem colecionado inéditas conquistas. Na Paralimpíada de Tóquio 2020 + 1 conquistou a medalha de prata na prova técnica individual. O cavaleior soma duas pratas (individual e estilo livre) nos Jogos Equestres Mundiais de Tryon, Estados Unidos, em 2018, e dois bronzes (individual e estilo livre) no Campeonato Mudial de Herning, Dinamarca, em 2022, entre outras importantes conquistas.
O Brasil também foi representado por Sérgio Oliva, 42, no Grau I, na terça-feira, 3/9. O medalhista paralímpico, dono de dois bronzes na Rio 2016, montou Milienium e fechou a prova Individual Grau I com a boa média de 66,667%, garantindo o 16º posto.
Sergio Oliva, de uniforme de prova em 3/9, Rodolpho e toda a equipe de apoio em Paris 2024
Sérgio, além dos dois bronzes nos Jogos do Rio 2016, foi o campeão mundial de 2007 em Hartpury, Inglaterra, mesmo palco onde foi ouro individual e bronze na prova de Estilo Livre no concorrido Hartpury Festival de Dressage 2019 e bronze no individual e no estilo livre no Hartpury College 2016. Soma, ainda, bronze no individual, no estilo livre e por equipe no Torneio de Maio em Mannheim, na Alemanha, em 2019, e ouro nos Jogos Parapan-Americanos Mar del Plata 2003.
Sergio nasceu com paralisia cerebral triplegia por falta de oxigenação na incubadora, o que levou a perda das funções motoras em três membros. Com 7 anos, em 1989, teve o primeiro contato com o Hipismo como prática terapêutica que durou seis meses. Depois, vieram outros esportes até que com 13 anos Sérgio tropeçou na saída do edifício onde morava, sofrendo cortes que lecionaram os nervos na altura das axilas, levando a perda dos movimentos do braço direito. O Hipismo, como esporte, passou a ser praticado com vinte anos, em 2002, quando o cavaleiro se dividia entre o Salto e o Adestramento (Dressage).
Em 2005, Sérgio se decidiu pelo Adestramento, competindo e colecionado pódios. Paris é a 5ª Paralimpíada do cavaleiro. Sérgio é advogado e trabalha como servidor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) desde 2003.
Sobre o Brasil no Paraequestre em Paralimpíadas
O Brasil soma 5 medalhas: nos Jogos de Pequim 2008, o brasiliense Marcos Fernandes Alves, o Joca, que competiu no Grau II, faturou dois bronzes (individual e estilo livre). Nos Jogos do Rio 2016 foi a vez de outro atleta de Brasília, Sérgio Oliva, que compete no Grau I, também conquistar dois bronzes (individual e estilo livre). Nos Jogos de Tóquio 2020 + 1, Rodolpho Riskalla, competindo no Grau IV, conquistou a inédita medalha de prata no Test Individual.
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Imprensa CBH; imagens: CPB e acervo pessoal