Em entrevista exclusiva, Caio Sérgio de Carvalho, cavaleiro olímpico e diretor das categorias de base da CBH, aborda a história do hipismo brasileiro, sua contínua evolução, o bem-sucedido projeto das categorias de base de alto rendimento e outros pontos que colocam o Brasil junto à elite do esporte.
Caio com Piet Raijmakers, novo técnico do Time Brasil de Salto, durante clínica na Hípica Paulista em fevereiro de 2025
Desde meados do século 20, décadas 40,50 e 60, o hipismo brasileiro na modalidade Salto começou a ser firmar no cenário internacional especialmente com cavaleiros militares que já à época tinham oportunidade de fazer intercâmbios no especialmente na França.
Os civis foram se juntando a esse grupo, começando com Nelson Pessoa Filho, o Neco, primeiro civil a integrar uma equipe olímpica e que ao lado do General Eloy Menezes e Coronel Renyldo Ferreira viria a conquistar a história medalha de ouro por equipes no CHIO Aachen de 1956, superando a equipe alemã então campeã olímpica.
General Eloy Menezes, Nelson Pessoa e Renyldo Ferreira: ouro na Copa das Nações em Aachen 1956, disputa que no referido ano também foi válida pelo Mundial
O Brasil seguiu fazendo bonito. Em 1967, veio o primeiro dos seis ouros por equipes em Jogos Pan-americanos com Nelson Pessoa Filho, o Neco, José Roberto Reynoso Fernandez, o Alfinete, Antonio Alegria Simões e Cel Renyldo Ferreira, único militar. Neco com Gran Geste arrematou a prata individual. As primeiras medalhas olímpicas aconteceram em Atlanta 1996 e Sidney 2000, com bronze por equipes, o ouro individual de Rodrigo Pessoa em 2004, que em 1998 também foi campeão mundial e está entre os recordistas de pódio em finais de Copa do Mundo.
A equipe medalha de bronze em Atlanta 1996: Rodrigo Pessoa, Doda Miranda, André Johannpeter, Luiz Felipe de Azevedo, com o chefe de equipe Joberto Pio da Fonseca e Nelson Pessoa Filho
Estas são apenas algumas das conquistas que fazem do hipismo brasileiro uma respeitada potência mundial na modalidade Salto, entre cavaleiros e amazonas em atividade no Exterior e Brasil nas categorias de alto rendimento.
Evolução no Brasil
O hipismo brasileiro com equipes formadas por cavaleiros em atividade no Brasil também seguiu evoluindo no mais alto nível colecionando medalhas em praticamente todos os Pan-americanos e Jogos Sul-americanos. Lembrando que na grande maioria das edições, inclusive nos Jogos Olímpicos de 1996 e 2000, as equipes contaram predominantemente com conjuntos em atividade no Brasil.
Ao mesmo tempo, há cerca de 30 anos, o Brasil também domina o placar em Campeonatos Sul-americanos da Juventude apontando para força da nova geração do hipismo brasileiro já conta com diversos destaques no mais alto rendimento.
Abordando as principais questões e ações na modalidade que elevam o nível do esporte no Brasil e além das fronteiras, confira a entrevista com o cavaleiro olímpico Caio Sérgio de Carvalho, vencedor de inúmeros GPs Nacionais e Internacionais, coordenador das categorias de base da CBH e exímio treinador formando gerações de campeões.
Caio Carvalho, em casa na Sociedade Hìpica Paulista, sempre a postos e contribuindo nos principais Concursos Nacionais e Internacionais
Comente um pouco sobre os primórdios do nosso esporte.
Caio Sérgio de Carvalho. Acho que no Brasil, no início os militares eram os profissionais dentro do esporte, porque eles tinham condição de ir para o Exterior e fazer cursos como em Saumur, na França. Tanto é que durante muito tempo as equipes eram todas compostas por militares, depois que alguns civis começaram a fazer parte. O Álvaro Dias Toledo e o Nelson Pessoa Filho, o Neco, foram os primeiros civis que participaram em Jogos Olímpicos.
A partir do momento em que alguns civis começaram a se profissionalizar, a coisa foi se invertendo um pouco e eu acho que o esporte, principalmente também no Brasil, se desenvolveu muito. Eu me lembro muito da época, que via os argentinos saltarem no Brasil, e a gente ficava olhando e falava: “não sei como ganhar deles”. Eles tinham cavalos excelentes e uma equitação também espetacular e ficávamos olhando e querendo que um dia o Brasil fosse assim.
"Com o passar do tempo, o Brasil conseguiu chegar nessa evolução, também a partir de momento em que o Neco foi para a Europa e se estabeleceu por lá. Depois foram José Roberto Reynoso Fernandez, o Alfinete, Lúcia Faria, Gérson Monteiro, Antonio Alegria Simões, Helinho Pessoa e Rita Bezerra de Melo. Posteriormente, Luiz Felipe de Azevedo, Vitor Alves Teixeira, Paulo Stewart, entre muitos outros."
Nesse momento já mostramos uma condição boa, mas no Brasil ainda não tinha em solo nacional um hipismo forte nesse sentido: você tinha alguns bons cavaleiros, mas a base ainda era menor.
Quem foram os principais instrutores que marcaram o início dessa evolução?
Caio. Sem dúvida, o Exército contribuiu muito nesse início. Entre os principais treinadores estiveram o Coronel Renyldo em São Paulo, o Coronel Francisco Rabelo em Brasília e o Coronel Mario Magalhães e Coronel Fernando Monzon Abril, lá no Rio de Janeiro. Depois aos poucos, os Regimentos de Cavalaria foram sendo mecanizados e a tradição diminuiu, mas a Escola de Equitação do Exército segue até hoje e é importante na formação de cavaleiros e instrutores.
Você monta desde os seus 10 anos na Sociedade Hípica Paulista. Como você começou a se dedicar a treinamentos e aulas para terceiros?
Caio. Eu tive primeiramente uma carreira de cavaleiro para depois começar a dar aula aqui na Hípica Paulista por volta de meus 25 anos. Acho que foi até um pouco de inversão em relação a alguns casos que acontecem hoje, em que o pessoal começa mais cedo dando aulas antes de se formar como cavaleiro, mas faz parte da mudança e de projetos pessoais.
Caio Sérgio de Carvalho, segundo à esquerda, com Raul de Lara Campos, Gianni Samaia e Roberto Luiz Joppert comemorando título por equipes Senior em 1972
Você sempre foi um treinador muito dedicado e apaixonado pelo que faz. Comente um pouco sobre o projeto das categorias de base de alto rendimento que no atual formato já completa cerca de 30 anos.
Caio. A partir do momento em que comecei, sempre gostei muito de dar aula e de participar de formação de cavaleiro. Desde quando Pedro Veniss , meu sobrinho, saltou a categoria Mirim na Argentina, eu já fazia parte das comissões e hoje ele já tem 42 anos. Também saltavam nessa época o Cassio Rivetti, meus filhos José Luiz e Caio Filho, Marcelo Veiga, do Pernambuco, Manoel Poladian Filho, Sergino Ribeiro de Mendonça, entre muitos outros.
"Nas categorias de base, o que eu pensava da Argentina, hoje tranquilamente eu afirmo: o Brasil tem um padrão de equitação e isso dito não somente por mim. Nos Campeonatos Sul-americanos, todos representantes dos outros países dizem: “impressionante como todos os brasileiros têm um nível de equitação parecido.”
Os jovens talentos que saltam as categorias de base de alto rendimento aqui no Brasil vêm de todos os lugares: São Paulo, Rio de Janeiro, Centro Oeste, Nordeste e do Sul. Então, isso mostra que hoje temos um padrão importante de equitação da nova geração do hipismo.
Registro da nata jovem no Sul-americano 2017 na Argentina
Vários profissionais estão sabendo transmitir esses ensinamentos?
Caio. Através dos anos, a gente pode ver, principalmente nas seletivas dos Campeonatos Sul-americanos, os instrutores começarem a se informar mais, a participar mais de treinamentos para acompanhar os cavaleiros que se sobressaem. Isso foi uma coisa que melhorou muito a equitação a partir da base.
Registro de palestra no Sul-americano 2013, com Constantino Scampini, atual presidente da CBH no ciclo olímpico até Los Angeles 2028, e Caio Sérgio de Carvalho: trabalho na formação de jovens talentos que atravessa décadas
O Stephan Barcha, atual campeão pan-americano e 5º colocado em Paris 2024, garantiu títulos brasileiros em todas as categorias de base e em 2020/2021, o bicampeonato brasileiro Senior Top. Cite por favor mais alguns cavaleiros que começaram suas carreiras no Brasil, nas categorias de base e hoje competem em alto nível.
Caio. Bernardo Alves, Luciana Diniz, Pedro Veniss, Luiz Francisco de Azevedo, Marlon Zanotelli, Cassio Rivetti, José Luiz de Carvalho e Caio de Carvalho, Karina Johannpeter, Bartholomeu Miranda, o Totty, mais recentemente, o Paulinho Miranda, Bernardo Braga, Thales Marino, que agora não está montando, mas é o cavaleiro de alto nível, Lucas Teixeira de Lima, André Moura, Carolina Chade, também fizeram as categorias de base.
O João Victor Castro, Mariana Frauches, primeira campeã brasileira Under 25, Giulia Scampini, bicampeã sul-americana Junior, todos em atividade na Europa, também saltaram as categorias de base. No Brasil tem o Dudu Barbara e Felipe Greco, ambos com títulos Sul-americanos, e que já vem se destacam nas principais provas, assim como o Alberto Sinimbu que também é ótimo cavaleiro e o João Marcelo Monte Santos, que se destacou em todas as categorias de base e hoje já está se profissionalizando. Na Europa, também temos o Luiz Felipe de Azevedo Neto, que atualmente salta pelo Brasil. Fica mesmo difícil enumerar e fazer a jus a todos.
Stephan Barcha e Primavera Império Egípicio, dupla campeã pan-americana, em ação em Paris 2024, onde conquistou o 5º posto individual
Hoje o Brasil está muito bem representado no Exterior, com diversos profissionais de ponta.
Caio. Aumentou muito o número de cavaleiros em atividade na Europa e EUA. Tem muita gente montando bem e se desenvolvendo. Depois de um tempo o pessoal passou a ter acesso e conseguir ir para lá, trabalhar e participar de concursos. Isso aumentou bastante, o que é fundamental para o nosso hipismo. A maioria já saiu com uma boa base do Brasil, o que ajuda muito.
Ao mesmo tempo, vários cavaleiros vão para fora fazer clínicas, voltam e passam ensinamentos. E a gente também traz treinadores de fora, isso tudo é importante para estarmos sempre atualizados.
Também temos cavaleiros e amazonas amadores competindo em alto nível como a Luciana Lóssio, campeã do ranking brasileiro Senior Top 2021 e com importantes vitórias no Exterior, o Flavio Grillo, campeão brasileiro Senior Top 2024, o Daniel Khury, entre outros.
Flávio Grillo com Lorentino JMen: campeão do ranking brasileiro senior top 2024 saltando para vitória no GP Internaccional do Rio de Janeiro
A seu ver, a participação em Copas das Nações de todos os níveis também é importante para o esporte?
Caio. Sim, principalmente porque o nosso esporte é totalmente individual. Mas em Copas das Nações, única disputa por equipes, você avalia um pouco como cada cavaleiro se comporta perante a pressão e a necessidade de dar um resultado para a equipe.
"Em 2025, o Brasil não disputa a liga principal, a Longines League of Nations. Então devemos conseguir alguns convites em outras Copas das Nações 5* e também de 3* e 4* estrelas, o que possibilita fazer um revezamento, com um pessoal mais novo integrando as equipes e criando uma base cada vez maior."
Nas seletivas do Sul-americano da Juventude, a CBH também promove uma Copa das Confederações.
Caio. Uma das razões que a gente faz provas com dois percursos nas seletivas é que a gente escala equipes e mesmo que não tenha uma completa por Estado formam-se algumas mistas, sempre para dar esse sentido do espírito de equipe. Até para mim, como selecionador e observador, é importante ver como os cavaleiros se comportam nesse processo, pois na hora de formar as equipes, é necessário saber como cada cavaleiro se apresenta diante de uma dificuldade.
O processo seletivo tem mostrado, ao longo dos anos, ser muito formador. As seletivas vão preparando os atletas para o Campeonato Brasileiro que, por sua vez, é uma preparação para o Sul-americano. Essa é uma sequência que a gente faz e tem dado muito certo.
Tanto é o Stephan (Barcha) sempre falou: “para os meus alunos não me interessa se eles vão querer ir ao Sul-Americano ou não. Eu faço eles irem na seletiva porque é uma ótima preparação.”
Em 2025, o Sul-americano da Juventude será no Paraguai e acredito que todo mundo vai querer estar lá. Então, as seletivas vão ser muito bem disputadas e importantes.
Time Brasil a postos no Sul-americano da Juventude de 2023 na Sociedade Hípica Portoalegrense
O que podemos pontuar sobre a “máxima” do cavaleiro em formação x cavalo experiente?
Caio. Sem dúvida, é sempre aconselhável um cavaleiro em formação contar com um cavalo experiente. Tanto é que muitos desses jovens que saltam as seletivas de alto rendimento, por exemplo, estão na categoria Mirim ou Pré-junior e já têm cavalos até mesmo para série Junior.
São cavalos já confirmados e, em princípio, eles sabem que vão poder continuar sem ter que trocar de montaria. Então, realmente a gente sempre procura cavalos mais experientes que sabidamente facilitam os ensinamentos e progressão. Já o cavaleiro profissional tem um outro tipo de treinamento mais focado na evolução e rendimento do cavalo.
Fale um pouco sobre a importância do trabalho de plano / adestramento para o cavalo de salto.
Caio. Cada vez mais as pessoas estão se conscientizando da importância do trabalho de plano. Pelas exigências técnicas dos percursos, os cavalos quanto mais estiverem na mão e respondendo ao trabalho, à ação do cavaleiro, mais se consegue chegar perto do programa que você faz e sucesso na pista. Então hoje a gente vê praticamente em todas as categorias e níveis, os cavaleiros tomando algumas aulas de adestramento. Não o adestramento clássico propriamente, mas voltado para o trabalho de salto.
Há exercícios básicos com cavaletes, primeiramente saltos mais baixos em linhas quebradas e retas que visam treinar o controle como vimos recentemente na clínica com o técnico da equipe brasileira Piet Raiymakers.
Caio. Em praticamente todas as clínicas os princípios são esses: o cavalo estar na mão, obedecer àquilo que você quer, enfim responder bem às ações do cavaleiro. Tudo é muito parecido, às vezes de formas diferentes, exercícios diferentes, mas a linha e o que se busca são a mesma coisa.
Também é importante esperar o momento adequado para subir de categoria?
Caio. Isso vai do planejamento de cada cavaleiro e seu instrutor. É bem importante, principalmente também para pais que, às vezes, ficam um pouco ansiosos, querendo que o atleta suba de categoria mais rapidamente. Mas é necessário você fazer bem a base, porque às vezes é melhor você esperar um pouco mais e subir de categoria com consistência, do que depois ter que voltar para trás. Então, é um trabalho de conscientização que as pessoas estão entendendo melhor e já vêm realizando hoje.
Em 2025, os vencedores do Circuito da Juventude 2025 terão, pelo segundo ano consecutivo, como prêmio uma passagem para Europa, ingressos para um Concurso 5*, hotel em quarto duplo e uma clínica com o técnico da equipe Brasil.
Caio. Sim, a normativa do Circuito já está disponível no site (clique aqui) e haverá a clínica com o Piet Raiymakers que, independentemente, também deve vir mais vezes ao Brasil ministrar outras clínicas. Mas é sempre especial, ir para o Exterior e poder fazer uma clínica. Eu acho que a nova geração precisa disso.
Em dezembro de 2024, os vencedores do Circuito da Juventude acompanharem de perto o CHIO de Genebra, um dos mais prestigiados Indoors do mundo
Qual a importância da realização do Circuito Senior Top?
Caio. O circuito do Senior Top, pelas exigências das provas, visa levantar o nível. Nos primeiros anos você pode ter poucas pessoas, depois vai melhorando a participação e o nível no geral também sobe.
Assim quando um conjunto vai para o Exterior estará melhor preparado. O Stephan (Barcha) com a égua Primavera se preparou primeiramente aqui no Brasil e depois na Europa. A Luciana com a Lady Louise também se preparou aqui. Então cavaleiros que vão para o Exterior, já tem uma primeira preparação boa, chegam lá em condições de se aprimorar e serem cada vez mais competitivos.
A amazona amadora Luciana Lossio com Lady Louise, égua BH, dupla campeã do ranking brasileiro senior top 2021, a caminho da vitória em GP, a 1.55m, em Chantilly na França em 2024
Esses casos de sucesso de cavalos de criação nacional formados no Brasil são cada vez mais frequentes e o nível da criação brasileira está cada vez melhor. Como você vê esse cenário?
Caio. A Primavera, montaria do Stephan, saltou todas as categorias de cavalos novos. A égua Miss Blue, que integrou o Time Brasil em Paris 2024 com Yuri Mansur, também teve um início de preparação no Brasil. Isso é muito importante. As provas nacionais para cavalos novos sem dúvida estão contribuindo decisivamente para esse sucesso. Há uma disputa boa nas diferentes idades preparando o cavalo novo para que chegue bem em alto nível.
"A nossa criação melhorou muito e os criadores também. Claro que comparando o número de cavalos que nascem na Europa, a quantidade de cavalos que nasce no Brasil ainda é menor. Levando em consideração esse cenário, os nossos resultados são realmente bons e expressivos."
Estamos no caminho certo: tanto quanto à preparação, como a seleção dos criadores e cavaleiros está cada vez melhor. Muitos cavaleiros tinham um pouco de dificuldade em formar os cavalos novos, sem esperar o tempo certo para determinadas provas. Hoje em dia o pessoal já está chegando e procurando trabalhar de forma correta.
Os obstáculos e percursos no Brasil têm padrão internacional? O que pode melhorar?
Caio. Sim quase, ainda falta um pouco. Eu acho que é preciso evoluir ainda mais em alguns quesitos. Alguns armadores que vem de fora, comentam que os obstáculos são bons, mas é preciso melhorar um pouco, principalmente quanto ao peso das varas serem mais leves e os ganchos mais retos. Embora já tenhamos boa qualidade esses aspectos podem melhorar ainda mais.
Resumidamente o que faz um concurso: um bom piso, bons obstáculos, um bom armador. Então, essas são as três características principais que você tem que ter nos concursos. Hoje em dia, a gente sente que todos os organizadores vêm trabalhando para melhorar exatamente isso. Também estamos cada vez mais atentos ao potencial dos cavalos novos e fazendo um trabalho adequado. Eu acho que esse é o ponto principal: a gente ter mais cavalos competindo em alto nível.
"Outro aspecto é o tempo concedido nos percursos, que depende muito do armador, da extensão da medida que ele faz na pista. Uma das coisas na Europa que eu vejo que tem diferença: é o tempo, lá eles apertam mesmo. Se eles não fizerem isso, nenhum cavalo vai fazer falta.
Conversando com o Santiago Varela, armador olímpico, ele me falou: “se você der muito tempo para eles, nenhum desses cavalos vai fazer falta.” Com tempo apertado é preciso ter mais velocidade e ela às vezes vai tirando um pouco a precisão, é quando podem acontecer as faltas."
Outra coisa que me chama muita atenção: é a largura dos obstáculos. Eu acho que aos poucos a gente tem que ir forçando um pouquinho essa parte da largura. Então você tem que chegar com o ritmo maior e equilibrado para cobrir a largura sem ter que dar uma montada muito forte.
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