No “duelo” travado entre as duas maiores favoritas as medalhas do Adestramento Mundial, a Alemanha garantiu o Ouro por Equipe e a Holanda no Individual com a vitória da amazona Anky van Grunsven montando Salinero. Na disputa por Equipe a Prata ficou com a Holanda e o Bronze com a Dinamarca. Já na disputa Individual a Alemanha faturou a medalha de Prata com Isabell Werth/ Satchmo e o Bronze com Heike Kemmer/Bonaparte.
As competições de Adestramento nas Olimpíadas de Pequim realizadas no Centro Eqüestre de Shantin, em Hong Kong, terminaram em 19 de agosto.
A disputa reuniu 50 conjuntos representantes de 22 países. Com os três cortes da Inspeção Veterinária - incluindo o cavalo brasileiro Nilo V.O. - 47 competidores participaram da 1ª classificatória nos dias 13 e 14/08 de onde saíram os campeões por Equipe; os 25 melhores conjuntos habilitaram-se para a 2ª classificatória do sábado, 16, que levou para a final, o Prix Freestyle, dia 19, os 15 conjuntos que disputaram as medalhas Individuais.
Os donos das Medalhas por Equipe
A Alemanha manteve supremacia na disputa por Equipe e faturou sua 10ª medalha de Ouro olímpica. O time alemão fez 72,917% de média final e foi formada pelos conjuntos Heike Kemmer/Bonaparte (72,083%), Nadine Capellmann/Elvis (70,083%) e Isabell Werth montando Satchmo (76,417%).
Alemanha comemorou o 10º ouro por equipes
Mais um clique da equipe de ouro alemã
A Medalha de Prata ficou para a Holanda que fez a média final de 71,750%. O time foi formado por Anky van Grunsven montando Salinero (74,750%), Hans Peter Minderhoud/Nadine (70,875%) e Imke Schellekens-Bartels/Sunrise (69,625%).
Times de ouro e prata lado a lado no pódio
A Dinamarca ficou com a Medalha de Bronze com média final de 68,875%. A equipe foi formada por Anne van Oslt/Clearwater (67,375%), Nathalie Zu Say-Wittgenstein/Digby (70,417%) e Andreas Helgstrand/Don Schufro (68,833%).
Os donos das medalhas Individuais
Na disputa Individual por medalhas, os 15 conjuntos selecionados para o Prix Freestyle representaram 10 países. Alemanha, Dinamarca, Estados Unidos, Holanda e Suécia competiram com dois conjuntos cada. Canadá, Finlândia, Grã Bretanha, México e Rússia com um conjunto cada.
Montando seus cavalos Hannoverianos, as duas mais importantes amazonas da atualidade promoveram na pista de Adestramento de Shatin um dos mais emocionantes e bonitos momentos do Adestramento Mundial.
Desde a primeira classificatória, a alemã Isabel Werth montando Satchmo e a holandesa Anky van Grunsven com Salinero se mostraram candidatas ao Ouro. Quando chegaram na prova definitiva, o Prix Freestyle as duas “eternas rivais” tinham apenas 0,24% de diferença na pontuação do Grand Prix Especial realizado no sábado, 16, e ocupavam os dois primeiros lugares do Ranking entre os finalistas. Isabel Werth havia feito média final de 75,200% enquanto Anky van Grunsven 74,960%.
Isabell Werth com Satchmo
Werth, que até aquele momento ocupava a vice-liderança do Ranking da Federação Eqüestre Internacional (FEI), estava decidida e desbancar Anky, líder do Ranking da FEI. Mas não foi desta vez.
Isabel Werth com Satchmo foi o 12º conjunto a entrar em pista. Muito aplaudida fez a média final de 76,650% e assumiu a liderança da prova. Entre ela e a holandesa Anky havia dois competidores também cotados ao pódio: a alemã Heike Kemmer/Bonaparte e o norte-americano Steffen Peters com Ravel.
Heike Kemmer com Bonaparte
Steffen Peters e Ravell
As três últimas performances não ameaçaram a holandesa Anky que tem fama de alcançar suas melhores notas no Freestyle. E nas Olimpíadas de Pequim não foi diferente. Última a entrar em pista ela precisa superar os 76,650% de Isabell Werth que perdeu pontos com a insubmissão de seu Satchmo na entrada do picadeiro. Tranquila, a amazona fez uma apresentação primorosa e recebeu 78,680% de média final, garantindo a medalha de Ouro Individual para a Holanda. Isabel Werth teve que se contentar com a Prata e sua conterrânea Heike Kemmer montando Bonaparte ficou com o Bronze (74,455%). Steffen Peters com Ravel e média final de 74,150% se classificou em 4º lugar.
Anky van Grunsven e Satchmo comemoram o ouro individual
Um “Lusitano” brasileiro entre os 20 melhores do mundo
Coube a Relâmpago do Retiro, criação e propriedade de Eduardo Fischer, do Haras Vila do Retiro, de Ibiúna (SP), o destaque maior entre os representantes da raça Puro Sangue Lusitano. Montaria de Hayley Beresford e competindo pela Austrália, Relâmpago conquistou a 19ª colocação na Final Olímpica, a melhor da raça nos Jogos.
A amazona australiana Hayley Beresford levou o lusitano "made in Brazil" Relâmpago à 19ª colocação na Final Olímpica; foto; divulgação
Além de montaria do time brasileiro, o cavalo Lusitano também formou a equipe portuguesa que voltou a competir como equipe em Olimpíada depois de 60 anos. A equipe de Portugal foi formada por Miguel Ralão montando Oxalis da Meia Lua, Carlos Pinto com Notável JCL Puy du Fou e Daniel Pinto montando Galopin de La Font.
Com sete conjuntos (3 do Brasil, 3 de Portugal e 1 da Austrália), o Lusitano perdeu em quantidade apenas para warmbloods de linhagem Hannoverana que marcou presença nos Jogos com 11 representantes.
Fotos: Kit Houghton e Dirk Caremans - Site FEI