Realizado entre 8 e 11 de outubro em Bogotá, Colômbia, a mais importante competição de Salto das categorias Mirim, Pré-Junior, Juniores e Young Riders reuniu 22 conjuntos de seis delegações: Colômbia, Chile, Equador, Peru, Venezuela e Brasil que marcou presença com 5 atletas, sendo três amazonas competindo na categoria Mirim e dois cavaleiros na Pré-junior.
A equipe brasileira Mirim conquistou a medalha de Prata com o time formado pela paulista Giovana Moreira Pellicano/Kalifa, a catarinense Sofia Monteiro da Silva Scheer/Sarita de Lindaraja e baiana Christine Mattos Ferreira Albiani Alves/Ramillete.
As meninas de Diamante do Brasil comemoram com o chefe de Nelton Marcon, Leopoldo Palacios e dirigentes
“Sem dúvida nenhuma o nível dos outros países era muito bom, principalmente na qualidade dos cavalos. Porém com esta medalha de Prata conquistada por jovens de 12 a 14 anos, fazendo parte da única equipe que montava cavalos alugados, inclusive sem se beneficiar da regra do descarte, comprova a superioridade do Brasil”, enfatiza Nelton Marcon, chefe da equipe brasileira.
Colômbia, ouro, Brasil, prata, e Equador, bronze
O domingo, 11, último dia de competição foi reservado para a definição dos títulos individuais, considerando-se a soma dos resultados das três provas (5 pistas) realizadas desde sexta, 9.
A expectativa do Brasil era entre as amazonas do Mirim, onde Sofia Scheer vinha na vice-liderança com outros dois atletas da Colômbia. “Na última prova a Sofia, que vinha com apenas 4 pontos das provas anteriores, fez 8 e 4 nas duas pistas do ultimo dia, somou 16 pontos e ficou em 6º lugar no cômputo final da categoria Mirim e a melhor colocação para o Brasil na disputa Individual”, comenta Nelton.
“Apesar da prova de adaptação permitir que eu conhecesse melhor como a égua era, tivemos pouco tempo com os animais e não sabíamos como eles se comportariam dentro da pista de prova. Outra dificuldade que tivemos foi em relação à altitude, que dificultava nossa respiração. Mas conseguimos uma medalha de Prata e também nos divertimos muito. O Brasil é um País muito respeitado”, diz Sofia.
Sophia com a égua Sarita ainda em fase de adaptação
Mãe “coruja”, Bel Scheer comenta: “A pressão emocional foi grande e a Sofia acabou cometendo duas faltas. Foi uma pena, pois as maiores dificuldades da pista ela conseguiu administrar e passar bem. Estava bem difícil e o armador boliviano Javier Medrano era bom e exigente. O 6° lugar da Sofia na geral mostra suas qualidades de atleta e de que não é amazona de um cavalo só”.
Na prova de domingo, a paulista Giovana Moreira Pellicano montando Kalifa fez 5 pontos na primeira pista e zerou a segunda ficando com a honrosa 7ª colocação na classificação final. Já a baiana Kitty (Christine) fez 8 pontos na primeira pista e 16 na segunda.
Na Pré-junior representaram o Brasil na disputa pelo título Individual o catarinense Rodrigo Arnt Santana montando Rafaella e o gaúcho Mateus Dias Tomazetto com Apollo.
Mateus e Rodrigo defenderam o Brasil na categoria Pré-junior
Palavra do chefe de equipe
Para o chefe da equipe Nelton Marcon a medalha de Prata da equipe Mirim teve “gosto de diamante”. As dificuldades encontradas da fase preparatória a competição foram muitas, mas para o experiente cavaleiro e diretor as conquistas mostraram a qualidade dos atletas brasileiros e o espírito de superação. “ A maior dificuldade que encontramos foi, com certeza, o fato dos cavaleiros não disporem de seus próprios animais. Tentamos superar isso com a escolha de bons animais colombianos alugados e certamente o tempo curto de adaptação que tivemos atrapalhou o desempenho. Outro fator foi a altitude que fazia com que nossos cavaleiros e amazonas se cansassem rapidamente durante o percurso”, comentou.
Nelton destacou a união de toda a delegação: cavaleiros, treinadores, chefe de equipe e, principalmente dos pais dos atletas que, além do apoio moral, investiram financeiramente para que o Brasil pudesse marcar presença na competição. “Com relação aos treinadores, acredito que, nestes quarenta anos que tenho de hipismo, nunca vi um grupo tão unido. Agradeço a Christine Zander, Mariana Cassetari e ao Ricardo Kroeff pela parceria comigo e com todos os cavaleiros, sem importar quem era aluno de quem. Agradeço, ainda, a grande ajuda do cavaleiro colombiano Jorge Garzon que nos assessorou na escolha dos animais e diariamente nos ajudou com seus conhecimentos técnicos, junto com os treinadores”.
O chefe de equipe Nelton Marcon meio ao obstáculo ao lado de Sofia Scheer com sua instrutora Marina Cassetari, Giovana Moreira Pellicano com sua instrutora Christine Zander e a baiana Christine Mattos Ferreira Albiani Alves (à frente)
A experiência internacional de Nelton Marcon como cavaleiro, treinador ou chefe de equipe foi fundamental para que o Brasil conseguisse ser representado na competição. “Foi especialmente gratificante participar deste Sul-americano na Colômbia, país onde morei por nove anos e por várias vezes fui treinador e chefe de equipe, onde conquistei a primeira medalha (prata) colombiana sul-americana com os Juniores e, por ironia, disputado no Parque Ibirapuera em São Paulo”, lembra.
A Federação Equestre da Colômbia, organizadora do evento, foi elogiada por dirigentes da FEI – Federação Equestre Internacional, entre eles o delegado técnico Leopoldo Palacios, da Venezuela: "A comissão organizadora fez um tremendo esforço para realizar um excelente campeonato, e os países presentes no evento também fizeram sua parte”, declarou Palacios, consagrado desenhador de pistas, inclusive em Olimpíadas.
Fonte: Imprensa CBH / Rute Araújo; Carola May; fotos: cedidas