Após momentos de extrema superação no Grand Prix disputado no sábado, 25/2, sob chuva torrencial, Luiza Tavares de Almeida e seu Samba voltaram a vencer nesse domingo, 26, no Grand Prix Freestyle, no Clube Hípico de Santo Amaro (SP), garantindo a única vaga olímpica individual para países da América do Sul e Central.
Luiza Almeida dança com seu Samba no picadeiro do Clube Hípico de Santo Amaro
Com média final de 71,325%, Luiza, 20, mais jovem amazona olímpica em todas as modalidades hípicas, carimbou o passaporte para sua segunda participação nos Jogos. No início de março, a qualificação deve ser confirmada pela Federação Equestre Internacional (FEI).
Luiza Almeida com Luiz Roberto Giugni, presidente da Confederação Brasileira de Hipismo; foto: CM
Foi uma conquista e tanto. A amazona vinha disputando a vaga, nota a nota, com Ivonne losos de Muniz, da República Dominicana, que buscava seus índices em provas nos Estados Unidos. O desempenho das duas nas pistas, quase que simultaneamente no final de semana, deu o tom do clima de expectativa. Luiza chegou ao picadeiro com uma pequena margem de vantagem sobre Ivonne Losos de Muniz montando Liebling II.
Com índices registrados com duas montarias – quatro com Pastor e dois com Samba, cavalos Puro Sangue Lusitano -, a atleta apresentou regularidade nas notas ao longo das seis seletivas, enquanto Ivonne oscilava as notas do Grand Prix e do Grand Prix Freestyle. E foi exatamente esta inconstância da dominicana que atrapalharam seus resultados. Em sua última seletiva, dias 24 e 25/02, em Burbank, na Califórnia (EUA), Ivonne registrou 63,447% no Grand Prix na sexta-feira, 24. Na mesma prova, Luiza registrou no sábado, 68,021% com Samba e 65,809% com Pastor. No Grand Prix Freestyle, Ivonne registrou no sábado a média final de 70,500%, deixando para Luiza a responsabilidade de superá-la no desafio deste domingo, 26. E não deu outra. Depois de uma bela apresentação com coreografia e música a amazona paulista cravou 71,325%, garantindo pela quarta vez a participação do Adestramento brasileiro em Olimpíadas.
Luiza com Samba executa uma piroueta
Esta será a segunda vez que a amazona participa dos Jogos. Sua estréia foi nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, quando aos 16 anos entrou para a história dos esportes como a mais jovem atleta do hipismo em Olimpíadas, título que era do também brasileiro Rodrigo Pessoa, da modalidade Salto, que em 1998 competiu em Barcelona aos 19 anos.
As seis seletivas olímpicas em busca da vaga latino-americana foram realizadas a partir de novembro do ano passado, após o Pan de Guadalajara, quando o Brasil não foi ao pódio e perdeu o direito de participar dos Jogos de Londres por equipe.
Pedro Almeida com seu Toleirão da Broa, 2º colocado no Grand Prix Freestyle, deu show nas piruetas executadas com uma só mão
Participaram também dessa última seletiva para os Jogos Olímpicos em São Paulo, os conjuntos Pedro Manuel Tavares de Almeida montando Toleirão da Broa, 5º no Grand Prix Grand Prix com 65,191% e 2º no Freestyle totalizando 70,076%, Rogério Silva Clementino com Sargento do Top, 4º no Grand Prix, 65,426%, e Freestyle, 65,500%, e Luiza Almeida com Pastor, 2ª colocada no Grand Prix 65,809% e 3ª no Freestyle, 68,000%. Rodolpho Riskalla montando Portugal chegou em 3º no Grand Prix e venceu o FEI Olympic Grand Prix Special, respectivamente, computando 65,489% e 65,200%.
Rodolpho Riskalla, jovem talento que está de malas prontas para trabalhar na França, com a juiza internacional Sabine Bilton; foto: CM
Rogério Clementino com seu Sargento do Top na dança dos melhores do adestramento em Santo Amaro
O último CDI3* válido como seletiva de Adestramento contou com participação dos juízes Marietta Almasy, da França, César Lopardo Grana, da Argentina, Cel Salim Nigri, Claudia Mesquita e Sabine Bilton, todos do Brasil.
Sabine Bilton, Cel Salim Nigri, Marietta Almasy, Claudia Mesquita e César Lopardo em clique para posterioridade; foto: CM
O evento teve organização conjunta da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), Federação Paulista de Hipismo (FPH) e chancela da Federação Equestre Internacional (FEI).
Os índices de Luiza Almeida
Montando PASTOR - O conjunto foi formado em 2011, ano em que conquistou a medalha de ouro individual e por equipe nos Jogos Mundiais Militares realizados no Rio de Janeiro, além da participação nos Jogos Pan-americanos de Guadalajara.
Luiza Almeida satisfeita com o desempenho de Pastor
1º Índice
09/12 - Grand Prix - 64,553%
11/12 - Grand Prix Freestyle - 68,600%
2º Índice
16/12 - Grand Prix - 66,000%
18/12 - Freestyle - 69,200%
3º Índice
04/02 - Grand Prix - 65,363%
05/02 - Freestyle - 67,700%
4º Índice
11/02 - Grand Prix - 67,191%
12/02 - Freestyle - 70,125%
5º Índice
25/02 - Grand Prix - 65,809%
26/02 - Freestyle - 68,000%
Montando SAMBA - Primeiro cavalo que a amazona montou no Adestramento, a partir de 2006. É parceiro de várias conquistas no Brasil, da conquista do bronze por equipe no Pan do Rio/2007, montaria nas Olimpíadas de Pequim/2008, Jogos Equestres Mundiais/2010 e no Pan de Guadalajara 2011.
1º Índice
04/02 - Grand Prix - 65,702%
05/02 – Freestyle - 63,475%
2º Índice
11/02 - Grand Prix - 66,128%
12/02 - Freestyle - 70,125%
3º Índice
25/02 - Grand Prix - 68,021%
26/02 - Freestyle - 71,325%
O Adestramento do Brasil em Olimpíadas
O Cel. Sylvio Marcondes de Rezende foi o primeiro cavaleiro brasileiro a participar de provas de Adestramento em Olimpíadas. Foi nos Jogos de 1972, em Munique, na Alemanha, onde o militar ficou em 33º lugar.
Nos Jogos de Sidney, em 2000, o único representante brasileiro foi Jorge Ferreira da Rocha que terminou sua participação no individual em 47º lugar.
Nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, pela primeira vez o Brasil participou dos Jogos com uma equipe formada por Luiza Tavares de Almeida montando Samba, Rogério Silva Clementino com Nilo VO e Leandro Aparecido Silva com Oceano do Top. Clementino acabou não entrando em pista em razão de uma lesão em sua montaria, Leandro ficou em 43º lugar e Luiza em 40º.