Para prática do hipismo são necessários anos conhecimento e aprendizado e a segurança deve vir em primeiro lugar. No início de 2013, o Movimento Saltando com Saúde, uma iniciativa que nasceu após o trágico falecimento da amazona Mônica de Siqueira Cavalcanti de Paula em decorrência de um acidente a cavalo em fevereiro de 2012, fez uma primeira pesquisa para levantar dados da prática do esporte no país, em especial, da modalidade Salto.
Monica Siqueira Cavalcanti de Paula, a Moniquinha, em ação no Clube Hípico de Santo Amaro; imagem: Raphael Macek
Coordena a pesquisa Marcos Korukian, doutor em Ortopedia e Traumatologia pela Universidade Federal de São Paulo, ao lado de Fernando Lefevre, Professor titular da Faculdade de Saúde Pública da USP, Ana Maria Cavalcanti Lefevre, doutora do Instituto de Pesquisa do Discurso do Sujeito Coletivo, e de Maria Ângela Cavalcanti de Paula, presidente do Movimento Saltando com Saúde.
“Esta pesquisa vem de encontro à necessidade de conhecer a realidade sobre os acidentes no hipismo brasileiro, uma vez que não existem dados oficiais referentes às ocorrências”, colocam os coordenadores no site oficial do movimento.
Responderam ao questionário, entre março e junho de 2013, 178 praticantes de hipismo. Para visualizar a pesquisa – clique aqui.
“Identificamos que cerca de 78% dos praticantes já sofreram algum tipo de acidente durante a prática esportiva.Dos atletas que já sofreram acidentes, 36% referiram ter que se afastar do trabalho ao menos um dia devido às lesões”, reportam os pesquisadores.
Basicamente, as proteções recomendadas para a prática do hipismo são o capacete, botas e culote adequados, porém coletes protetores com airbag também podem ser indicados.
O modelo de capacete GPA é um dos melhores do mercado
Confira o resumo básico dos resultados:
“Cerca de 91% dos atletas relatam utilizar os equipamentos de proteção durante os treinos e as provas de hipismo. A grande maioria dos atletas (83%) faz uso do capacete. Os outros equipamentos utilizados para proteção citados foram o protetor de coluna, o protetor torácico e o protetor bucal. Em 18% dos atletas acidentados foi identificada concussão cerebral e em 16% houve desmaio ou perda da consciência de forma significante. Cerca de 24% dos atletas já sofreram algum tipo de trauma na coluna, sendo que a coluna lombar foi acometida em 40%, a torácica, em 9%, a cervical, em 22% e a sacral, em 29%.
Já com relação ao trauma visceral, 18,2% referiram-se ao menos um trauma grave abdominal, sendo que em 45% dos casos o baço foi acometido.
As fraturas representam a grande maioria das lesões esportivas do hipismo. Os dedos da mão são os mais frequentemente lesados (30%), seguidos pelo ombro (29%), a clavícula (29%) e o punho (23%). Quanto aos membros inferiores, os joelhos merecem maior atenção, com 2,5 % das fraturas relatadas.
Clique aqui e confira o resultado completo da pesquisa.
Ao final, os pesquisadores Movimento Saltando com saúde ressaltam: “Os atletas precisam se conscientizar de que a utilização dos equipamentos de segurança, especialmente, o capacete, é a única forma de minimizar os efeitos de um acidente grave. Embora haja pouco conhecimento sobre a demografia de lesão ou a eficácia de prevenção é provável que as lesões continuem acontecendo. O grande desafio na redução das lesões equestres é a demonstração científica formal que as várias medidas de prevenção propostas são eficazes.”
Segurança em 1º lugar
Além do equipamento adequado, cabe ainda ressaltar que o conhecimento dos instrutores e a escolha dos cavalos são um ponto essencial. Lembrando que – em linhas gerais – os cavaleiros e amazonas inciantes devem montar cavalos experientes, mansos e corretamente trabalhados, respeitando a escala de treinamento do adestramento, base de todas as modalidades hípicas. A medida que o jovem talento, cavaleiro amador e mesmo profissional evolui e quer galgar desafios, como por exemplo, mudanças para categorias mais altas na modalidade Salto, a regra é a mesma: cavalos e treinamento adequados, sempre acompanhados por um treinador gabaritado. E lembre-se: para ser um bom cavaleiro não se deve pular etapas! O hipismo é um aprendizado por toda vida.
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Fonte: Movimento Saltando com Saúde; colaborou: Brasil Hipismo