Caen (França) - O sábado, 30, foi de bons resultados para a equipe brasileira que está na Normandia na disputa dos Jogos Equestres Mundiais. Considerado o triatlo do hipismo, o Concurso Completo de Equitação teve a prova de cross country disputada hoje com resultados surpreendentes. Diante de um percurso extremamente técnico e com piso comprometido, em função da chuva que caiu nos últimos dias, terminar a prova já foi um grande desafio. A equipe brasileira conseguiu cumprir sua meta completando o cross country com seus três conjuntos e está em oitavo na classificação geral. A liderança está com Alemanha, seguida por Grã-Bretanha e Austrália. Seis países se classificam para os Jogos Olímpicos do Rio 2016.
Diante de um público de mais de 100 mil pessoas no Haras du Pin, Marcelo Tosi/Eleda All Black foi o primeiro conjunto brasileiro a entrar na pista e completou o percurso no tempo de 12m42s, com 20 pontos perdidos nos obstáculos.
Marcelo Tosi e Eleda All Black; img: Luis Ruas
"O percurso estava muito técnico e o piso dificultou ainda mais. A chuva que caiu nos últimos dias deixou o percurso bem pesado, mas é igual para todo mundo, então achei que meu resultado foi razoável", disse Marcelo Tosi.
Depois foi a vez do jovem Gabriel Cury e Grass Valley (12m20s), também com 20 pontos perdidos nos obstáculos. "Era uma pergunta a cada obstáculo. Acabei tomando um refugo no número cinco e foquei em terminar para ajudar a equipe. Nosso principal objetivo era mesmo terminar a prova já que estamos sem descartes. É muito legal ver este público aqui aplaudindo, incentivando a cada obstáculo. Para amanhã, pretendo usar a minha melhor modalidade, que é o salto, para ajudar o Brasil", contou Gabriel de apenas 20 anos que trocou o salto para o CCE há apenas um ano e já disputa seu primeiro campeonato mundial.
Gabriel Cury e Grass Valley fazendo bonito: img: Luis Ruas
Ruy Fonseca e Tom Bombadill Too completaram a participação do trio brasileiro em 12m31s, sem faltas, colocando o Brasil na oitava colocação da classificação geral e deixando para trás países favoritos como Nova Zelândia e Estados Unidos por exemplo, que nem conseguiram terminar a prova. "Eu estou muito contente com o resultado. O piso estava bem pesado e exigindo muito dos cavalos tanto física como mentalmente. Se nossos três conjuntos conseguiram terminar nestas condições, seria ainda melhor se o piso estivesse em condições ideais. O importante agora é cuidar dos cavalos para eles estarem recuperados de todo este esforço para amanhã, na prova de salto", contou Ruy.
Ruy Fonseca e seu Tom Bombadill Too foi o melhor brasileiro no Cross e Adestramento
Após a prova, os cavalos passam por uma verdadeira maratona de recuperação com gelo, massagens, caminhada, capas magnéticas, soro e etc. O objetivo é dar o melhor tratamento possível pois os animais que precisam estar inteiros para o vet check amanhã pela manhã. Os cavaleiros participam da inspeção veterinária trotando os cavalos no asfalto para jurados e veterinários. Após isso, o animal é liberado ou não para participar da última etapa, a competição de salto, que será no Estádio D’Ornano, neste domingo a tarde, em Caen A liderança no individual é do britânico William Fox-Pitt, seguido dos alemãs Sandra Auffarth e Michael Jung.
A notícia triste do dia foi a morte do cavalo Wild Lone, do britânico Harry Meade. Após terminar o percurso, o cavalo de 13 anos teve um colapso e morreu na hora. Esta é a segunda morte de um animal em três dias.
Nas Rédeas, o Brasil teve um histórico resultado com dois atletas na final. Paulo Khoury terminou a competição na 13ª colocação. Na torcida, a presença ilustre de Nelson Pessoa que foi prestigiá-los na final.
Paulo Khoury com Don´t Whiz WRB
"É um orgulho para nós de ter um pessoa desta expressão aqui. Sem dúvida, ele é o melhor cavaleiro do mundo", comentou Gilson Diniz, o outro brasileiro na final, sobre a presença do Neco, que pratica rédeas como hobby.
Equipe de Rédeas com Nelson Pessoa, Luiz Roberto Giugni e Ronaldo Bittencourt
Gilson acabou tendo um incidente com seu cavalo logo no primeiro movimento. "Ele alcançou o pé logo na primeira parada, eu vi o sangue mas continuei. Achei que não fosse tão grave, mas vendo depois a lesão, fiquei surpreso do cavalo ter conseguido chegar até o final", disse o cavaleiro que recebeu nota 217 mas acabou desclassificado por conta do sangue.
Para Paulo Koury, o resultado foi dentro do esperado. "Eu cheguei mais longe aqui do que em 2006 e 2010 e por isso fico contente com o resultado. Marquei um score bom (220), fiz uma prova limpa, mas acredito que ainda falte um pouco de receio dos juízes na avaliação de algumas manobras. Mas saio feliz pois fizemos o melhor que conseguimos", falou o cavaleiro.
Fonte: MKT Mix Comunicação