Nata jovem que busca tricampeonato na categoria Junior, o bi na Mirim e o inédito título Young Riders terá palestra com o técnico José Roberto Guimarães, tricampeão olímpico de volei. Constantino Scampini, diretor das categoria de base, analisa o bom momento da nata jovem do hipismo brasileiro.
Está chegando a hora. Em 28/2, a nata jovem brasileira da modalidade disputa a 3ª edição da Copa das Nações da Juventude no Winter Equestrian Festival, no Palm Beach International Equestrian Center, em Wellington, na Flórida (EUA). O time de Juniores (14 a 18 anos) briga pelo tricampeonato consecutivo, na categoria Mirim (12 a 14 anos) o Brasil acumula um Ouro e Prata, respectivamente, em 2013 e 2014 e na Young Riders (16 a 21 anos), o Brasil garantiu o Bronze em 2013.
O time de ouro na Copa das Nações categorias Junior em 2014 com Caio Sérgio de Carvalho, coordenador das equipes de Salto, João Victor Aguiar, Alberto Bento Sinimbu, Giulia Scampini e Bianca Rodrigues
Formam o time Mirim: Carlos Eduardo Zaniboni de Assumpção / Rima TW, Felipe Menezes / Palm do Anjo, Pedro Malucelli Egoroff / Anton 640 e Thales Gabriel de Lima Marino / Quadrille Du Quick / Balla 12 – FPH, todos de São Paulo. Já na categoria Junior estão escalados o goiano Alberto Bento Sinimbu / Sharapova, as paulistas Giulia Dal Canton Scampini / Keep On Fighting e Sarah Rocha Vasconcellos / Wartagena e brasiliense Gilberto Keiji Haraguchi Jr / Atlanta VII.
Caio Sérgio com o time que conquistou a medalha de prata em 2014: Vittorio Burger, Pedro Egoroff, Thales Marino e Paulo Miranda
Já na categoria Young Riders, o Brasil conta com André Reichmann / Elle de Laubry e João Victor Castro Aguiar Gomes de Lima / Wamira, ambos em atividade na Europa, a amazonense Yasmin Almendros / Piaf de Quintin e o paulista Luís Antonio Piva Filho / Zaterdag.
As equipe que honraram o Brasil na Copa das Nações da Juventude em 2013 ladeadas por Constantino Scampini, diretor das categorias de base da CBH, e o cavaleiro olímpico Doda Miranda; img: Bel Scheer
Para falar um pouco sobre a preparação e expectativas na reta final da competição, o portal da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) conversou com o empresário Constantino Scampini, diretor das categorias de base da CBH que ao lado do Coordenador da equipes de Salto, o cavaleiro olímpico e treinador Caio Sérgio de Carvalho e equipe, acompanha a evolução dos jovens talentos nas competições nacionais e internacionais.
Pelo terceiro ano consecutivo, você acompanha e atua com diretor das categorias de base nas bem sucedidas campanhas do Brasil na Copa das Nações em Wellington e Americano e Sul Americano da Juventude. A seu ver, qual o principal legado ?
Constantino Scampini. Nosso legado será criar nessa nova geração de grandes talentos a cultura de espírito de equipe, união, respeito, competitividade e disciplina, representando nosso país cada vez mais preparados. Inserir o Brasil no cenário mundial das categorias de base como um dos melhores e mais bem preparados do hipismo internacional. Queremos garantir e preparar para o futuro uma geração diferenciada, experiente, técnica e psicológica bem treinada para as grandes competições internacionais.
Em 2015 haverá uma palestra para as equipes brasileiras em Wellington com o técnico de vôlei José Roberto Guimarães, único tricampeão olímpico com a seleção masculina em Barcelona 1992 e feminina em Pequim 2018 e Londres 2012. Quais os detalhes dessa importante iniciativa ?
Scampini. A ideia de levar alguns nomes de expressão para conversar com nossos atletas já vem sendo trabalhada há algum tempo. Felizmente esse ano, com a ajuda do nosso experiente cavaleiro Bartholomeu Miranda, o Totty, que entrou em contato com o Zé Roberto para se juntar a nossa delegação e ele pronta e gentilmente aceitou o convite. Com isso, conseguiremos levar para esse jovens, atráves da palestra com ele, um pouco da grande história de conquistas, determinação, sucesso e experiência de um maiores nomes do esporte olímpico mundial.
Parte da delegação brasileira em Wellington 2014 com Caio Sérgio de Carvalho (camista branca) em dia visita ao manège do cavaleiro Doda Miranda (boné branco) acompanhados de seus respectivos treinadores e do veterinário Rogério Saito
A cada ano o processo seletivo para o Americano e Sul Americano reune a nata jovem do hipismo brasileiro. Alguma novidade ou mudança nesse ano ?
Scampini. A única mudança está no Campeonato Brasileiro que teve um pequeno ajuste no regulamento (clique aqui).Este ano também mudamos a 1ª Etapa que seria agora em março para final de abril com o objetivo de dar mais tempo para que atletas que subiram de categoria, bem como queles com novas montarias tenham mais tempo e folga para suas adaptações.
O custo envolvido para disputa no EUA é bastante elevado. Como está o apoio financeiro?
Scampini. Este ano, os valores estimados por conjunto na Copa das Nações é de U$ 25 mil, ou seja, para 12 atletas (três equipes) é de US$ 300 mil. Para viabilizar a ida de uma completa, a CBH e o nosso grance parceiro e colaborador venezuelano Hollow Creek Farm irão subsidiar aproximadamente 85% deste valor, ficando um pequeno valor residual de aproximadamente US$ 3,5 mil por conjunto a cargo dos pais e/ou proprietários dos cavalos.
Há rumores que o Americano e Sul Americano 2015 pode mudar para o Brasil. Isso confere?
Scampini.Houve uma solicitação da Argentina junto a FEI para realizar o evento em 2015 em Buenos Aires ou no Haras El Capricho. Porém até a semana passada ainda não haviam assinado. Foi quando sugeri ao nosso presidente da CBH Luiz Roberto Giugnti, que caso a Argentina não confirmasse, nós poderíamos conversando com os pais tentar trazer o evento para o Brasil este ano, pois os valores para realização do campeonato no país seriam menores que os gastos para enviar uma delegação de aproximadamente 50 pessoas para a Argentina. Porém parece que essa semana, a Federação Equestre da Argentina já se manifestou para realização do evento. Continuaremos no aguardo das definições.
Como pai da amazona Giulia Scampini, duas vezes campeã americana junior e bicampeã pela equipe Junior na Copa das Nações em Wellington, por favor comente sua satisfação em ver seu desempenho e contínua evolução dela.
Giulia Scampini em ação nos EUA com seu cavalo Keep on Fighting, companheiro de suas principais conquistas na categoria Junior; img: Luis Ruas
Scampini. Para nós como pais é inegável a satisfação e o respeito que temos por ela, não só como amazona, mas pelas suas qualidades como ser humano. Agora como observador de sua carreira, acho que ela ainda tem muito a evoluir, aprendendo com seus erros e acertos que fazem parte da carreira hípica. Sempre ouvindo e aprendendo com aqueles que possam acrescentar com seus ensinamentos. Ela doa grande parte de seu tempo e vida ao trabalho intenso com os cavalos, criando uma prática que costumo falar sempre a ela: "Disciplina, Foco e Atitude".
A seu ver, o que é preciso fazer para incentivar as categorias de base de modo geral ?
Scampini. Mostrar o excelente caminho que pode ser construído na vida de um jovem pela prática do hipismo, formando grandes e duradouras amizades, moldando o caráter e outras qualidades. Os jovens aprendem que é possível com uma conduta ética, foco e aproveitamento do aprendizando técnico ser um bom cavaleiro / amazona, mantendo a prática da atitude, disciplina e dedicação. Com isso chegam os contínuos desafios e a seguir as conquistas.
A série Salto para Iniciantes vem sendo criticada por muitas vezes segurar os jovens atletas. Você acredita em um caminho para acelerar e/ou melhor o processo de acesso às categorias de base de alto rendimento? Acha que o julgamento de estilo - por exemplo no modelo do hunter americano - poderia ajudar ?
Scampini. A série Salto para Iniciantes está atualmente passando por série de discussões em grupos de trabalho, tanto na Hípica Paulista em que faço parte, como na FPH, CBH e certamente em muitas outras entidades no Brasil. Queremos criar um modelo que desenvolva o iniciante e como assim nas escolas de graduação seja estabelecido um currículo a ser aplicado por todos os instrutores, passando por um tempo máximo adequado para cada passagem / nível de categoria.
Sem dúvida o julgameno de estilo deveria fazer parte nas avaliações de resultados, pois o "montar corretamente", de forma adequada a preparar o cavaleiro / amazona não se traduz somente em vitórias. Mas em estilo, técnica, controle e assim por diante.
Cada vez mais a cultura hípica faz com que os pais aqui no Brasil entendam essa mudança necessária para a preparação dos jovens montarem com técnica e estilos adequados sem se preocupar em ganhar a prova, mas acima de tudo em formar uma boa base para que os jovens evoluam com segurança e técnica e possam se tornar grandes cavaleiros e amazonas no futuro.
Por fim, quais as suas expectativas para a Copa das Nações em Wellington. Além da palestra, pode adiantar algum outro ponto em especial ?
Scampini. Este ano já carregamos a experiência de outras copas anteriores com bons resultados. Os outros países também estão se preparando para o vencer o Brasil com compras de cavalos e seguindo o formato de preparação brasileiro o que torna o campeonato mais competitivo esse ano.
Mas nossas equipes estão preparadas pelos seus instrutores e pelo nosso treinador das equipes de Salto Caio Sérgio de Carvalho, que faz um trabalho irretocável, paciente e de muita dedicação, emprestando sua longa e vitoriosa experiência para o desenvolvimento desses jovens e talentosos atletas.
Fonte: CBH - Carola May - fotos: Luis Ruas/divulgação e Bel Scheer