Quem vem atrás de mais um ouro nos Jogos Olímpicos Rio 2016 é o suíco Steve Gerdat. E traz com ele seu companheiro no pódio de Londres 2012, Nino des Buissonnets. Em sua terceira Olimpíada, se o cavaleiro de 34 anos repetir o feito de Londres e abocanhar a medalha de ouro, será o primeiro atleta a conseguir o bicampeonato consecutivo na história dos Jogos, ainda mais com a mesma montaria. Sem dúvida, um feito e tanto!

Steve seguiu com Nino de 15 anos, o mesmo tipo de preparação que tiveram antes da Olimpíada de Londres, na qual conquistaram o primeiro ouro individual para Suíça em 88 anos. A estratégia foi poupar o cavalo nos meses anteriores ao grande evento. "Eu quis mantê-lo confiante e bem-disposto. Sei que tenho um super cavalo embaixo de mim e se der um tempo para ele, fica mais fácil quando chegar a hora", comentou Gerdat.

Steve Gerdat, medalha de ouro individual em Londres 2012, é o homem a ser batido; img: gregorywathelet.com

Mas é claro que Steve e Nino vão ter que enfrentar uma acirrada competição no Rio. McLain Ward é um dos nomes mais citados quando se fala em favoritos. Também em sua terceira Olimpíada, ele já tem duas medalhas de ouro olímpicas pela equipe dos Estados Unidos, e a égua Azur, de 10 anos, tem se mostrado uma hábil e generosa parceira. Outro nome a ser levado em consideração é o do sueco Peder Fredricson que monta All In, 10 anos. Qualquer um que tenha visto esse cavalo em ação sabe o quanto é fácil para ele saltar obstáculos enormes.

Junto com Peder, o time sueco promete dar trabalho. Malin Baryard-Johnsson tem uma fantástica nova montaria, Cue Channa, além do sempre competitivo Rolf-Goran Bengtsson com Unita e Henrik von Eckermann com Yajamila. E é claro que os holandeses pretendem somar esse título ao de campeões mundiais em 2014 e Europeus em 2015.

Defendendo o ouro conquistado em Londres 2012, a equipe britânica tem atletas mais experientes e uma faixa etária alta, e o cavaleiro de 58 anos, Nick Skelton, chegou a brincar dizendo que alguns deles talvez tivessem que ser "carregados" até o Rio. Brincadeiras à parte, claro que ninguém pretende subestimar uma seleção com Nick Skelton, Ben Maher, 33, e os irmãos Michael, 56, e John Whitaker, 60. Também entram na briga as equipes da Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Catar, Espanha, Estados Unidos, França, Japão, Suíça e Ucrânia. Doze países terão apenas representação individual.

Participação Brasileira

Dez das 15 equipes têm condições de lutar por uma vaga no pódio e o Brasil está entre elas. O time verde amarelo conta com as forças de Álvaro Miranda Neto (Doda) / AD Cornetto K, Eduardo Menezes / Quintol, Pedro Veniss / Quabri de l’Isle e Stephan de Freitas Barcha / Landpeter do Feroleto, com Felipe Amaral / Carthoes B Z na reserva, após Rodrigo Pessoa abdicar de sua vaga.

Foto da equipe brasileira com Eduardo Menezes, Stephan Barcha, o veterinário Rogério Saito, Doda Miranda, Felipe Amaral e o chefe da equipe, Caio Sérgio de Carvalho. Falta ainda Pedro Veniss; img: cedida

Participando dos Jogos Olímpicos desde Londres 1948, já na Olimpíada seguinte, Helsinque 1952, o Brasil posicionou-se na 4ª colocação por equipes e individual com Eloy Menezes e Biguá. Mas o sonho da medalha seria concretizado apenas em Atlanta 1996, quando o time formado por Rodrigo Pessoa/Tomboy, Doda/Arisco Aspen, André Johannpeter/Calei Joter e Felipe de Azevedo/Cassiana Joter, conquistou o bronze.

Quatro anos depois em Sidney, o Brasil voltou a subir no pódio, com a segunda medalha de bronze. O time brasileiro era composto por Rodrigo Pessoa/Baloubet du Rouet, Luiz Felipe de Azevedo/Ralph, Doda/Aspen e André Johannpeter/Calei Joter. Igualando o feito do General Eloy Menezes em 1952, André Johannpeter e Calei Joter terminam na 4ª colocação.

Finalmente em Atenas 2000 um cavaleiro brasileiro coloca no peito a medalha dourada. Rodrigo Pessoa e Baloubet du Rouet saíram da pista com a prata, mas ficaram com o ouro após a comprovação do doping do cavalo Waterford Cristal, montaria do irlandês Cian O'Connor.

Agenda

14/8 – 10h00 – 1ª classificatória individual

16/8 – 10h00 – 2ª classificatória individual e 1ª das equipes

17/8 – 10h00 – 3ª classificatória individual e Final das equipes

19/8 – 10h00 – Final individual

Nomes e Números

• 27 países
• 15 equipes
• 12 nações representadas por competidores individuais
• 75 conjuntos
• Taipé Chinesa (individual) e Catar (individual e equipes) participam pela primeira vez no Salto
• Os obstáculos têm no máximo 1,60 metro de altura e 2 de largura. A tríplice pode ter 2,20m no máximo e o rio 4,5m.
• Quatro pontos são descontados por cada obstáculo derrubado ou por cada desobediência do cavalo. O segundo refugo ou a queda do cavalo ou cavaleiro elimina o conjunto. Um ponto perdido é somado por cada segundo a mais do tempo concedido para completar a prova.
• A primeira prova classificatória individual é disputada ao cronômetro. A segunda prova vale tanto para o individual, quanto para as equipes, e os oito melhores países classificam-se para a final.
• Se houver empate nas pontuações para as medalhas, as equipes saltam um percurso mais curto ao cronômetro. Permanecendo o empate, os tempos dos três melhores atletas das equipes são somados e quem tiver o menor resultado é o vencedor.
• No quarto dia, a primeira passagem é disputada de manhã pelos 35 melhores conjuntos, somados os resultados das três provas. A pontuação então é zerada e classificam-se para a grande final os 20 primeiros colocados, que saltam novamente à tarde, definindo os campeões.
• Se mais de um conjunto tiver o mesmo número de pontos perdidos, as classificações finais são determinadas após uma nova passagem ao cronômetro em um percurso mais curto.
• Nunca uma mulher conquistou o ouro olímpico no salto. A melhor colocada foi a britânica Marion Coakes, que obteve a prata montando o extraordinário pônei Stroller, em 1968, na cidade do México.
• Desenhador de percurso - Guilherme Nogueira Jorge (Brasil)
• Presidente do júri de campo - Stephan Ellenbruch (Alemanha)
• Membros - Elaine Zander (Brasil), David Distler (EUA), Alfred Boll (Suíça) e Kazuya Hirayama (Japão)
• O brasileiro Tomas Wollf é o presidente da Comissão Veterinária.

CBH com a fonte FEI