Entre 3 e 7/4, a Final da Copa - Longines FEI World Cup™ Jumping Final chega a sua edição 40ª edição e, pela 15ª vez, Gotemburgo, na Suécia, recebe a competição anual nas modalidades Salto e Adestramento. No Salto, cerca de 35 cavaleiros e amazonas top mundiais brigam pelo título após concorridas qualificativas de 16 ligas. Esse ano o representante do Brasil é Luiz Felipe Pimenta Alves, 34, campeão da liga sul-americana 2018, faz sua estreia em uma Final de Copa do Mundo. O brasileiro Rodrigo Pessoa, campeão em 1998/1999/2000, duas vezes vice-campeão 2001, 2003, entre outras classificações, é um dos maiores vencedores na história da competição.
Luiz Felipe Pimenta Alves com GB Celine, uma filha de Cardento em Condorde de 10 anos, comemorando a conquista do vice-campeonato no GP do CSI-W Indoor na Sociedade Hípica Paulista
Em 2018, entre outras conquistas, Luiz Felipe foi campeão do GP do CSI-W The Best Jump em Porto Alegre, vice-campeão no GP do CSI-W Indoor na Hípica Paulista, 3º lugar Grande Prêmio CSI-W Haras El Capricho e fechou a temporada em 3º lugar no ranking brasileiro senior top. O cavaleiro também integrou a equipe brasileira na Argentina que em novembro de 2018 conquistou a vaga do país nos Jogos Pan-americanos.
Luiz Felipe e GB Celine rumo à vítória no GP do CSI-W The Best Jump 2018
Visando sua preparação para o evento com a égua Brasileira de Hipismo Celine CB, de propriedade de Daniel Andrade, Luiz Felipe está na Bélgica. No último final de semana, Luiz Felipe e Celine CB, já em ritmo de Copa do Mundo, saltaram no Concurso Internacional Indoor em Dortmund, na Alemanha, com bom desempenho.
Luiz Felipe concedeu entrevista ao portal da Confederação Brasileira de Hipismo. Confira!
Com que idade você começou a montar?
Desde muito novo tenho uma relação única com os cavalos. Tudo começou em 1991, quando eu tinha seis anos e fui montar na fazenda do meu avô. Depois daquele dia, procurei uma escolinha em Brasília e nunca mais parei.
Quem foram seus principais mestres. Tem algum treinador atualmente?
Marcos Fernandes Alves, o Joca, Luís Ferreira Correa (in memoriam), Geraldo Gomes de Lemos e Vitor Alves Teixeira foram meus mestres. Atualmente estou treinando com o Andre Miranda. Aqui na Europa, ainda conto com o apoio do meu amigo Matheus Ferreira Correa.
A temporada 2018 foi especial para você. Por favor comente os principais resultados.
O ano de 2018 foi mesmo para comemorar! Grandes parcerias, importantes vitórias, excelentes cavalos e muita dedicação. E para fechar com chave de ouro, a classificação para a Copa do Mundo. Só tenho a agradecer! Dentre as principais conquistas destaco: vice-campeão do Clássico do CSN Open e CSN Curitiba Summer Tour, ambos com VDL Valdez, campeão do Grande Prêmio do CSI-W The Best Jump Internacional Gerdau com a GB Celine, campeão do Clássico do CSN Coronel Rabelo com LM Holanda, campeão do Grande Prêmio 58º aniversário SHBr, com Cullinan GMS, 2º lugar Grande Prêmio CSI-W Indoor na Hípica Paulista, com GB Celine, campeão brasiliense Senior com Cullinan GMS, campeão brasileiro Sênior Top por equipe com GB Celine, 3º lugar Grande Prêmio CSIW Haras El Capricho com GB Celine, vice-campeão por equipes no Internacional na Argentina, qualificativo para o Pan, também com GB Celine, 3º lugar Grande Prêmio CSI Cidade do Rio de Janeiro com Cullinan GM, 2º lugar Grande Prêmio CSN Brasília Indoor com RSF Princesa e campeão da Liga Sul-americana 2018, qualificativa para Copa do Mundo 2019.
Luiz Felipe com Cullinan GM 3º no GP do CSI-W do 80ª Aniversário da Sociedade Hípica Brasileira
Além das conquistas em 2018, quais outros títulos foram mais memoráveis para você na sua carreira?
O primeiro campeonato que venci foi na categoria Mini Mirim, o Pancary Cup, em 1995. E a primeira conquista a gente nunca esquece... Depois disso, vieram outras vitórias em GPs e Mini GPs. Conquistei quatro medalhas em Jogos Sul-americanos das categorias de base. Sou tetracampeão brasiliense Senior, campeão brasileiro Senior. Sem contar as sempre emocionantes participações no Sítio Chuin, campeonato que sou bicampeão, entre outras conquistas.
Há quanto tempo você monta a Celine, sua parceira em sua estreia em uma Copa do Mundo?
Eu e a Celine estamos juntos há quase dois anos. A égua é de propriedade e criação do Daniel. Ele sempre acreditou nela e depositou sua confiança em mim. Nesses últimos anos, nos tornamos grandes parceiros e amigos! É sempre importante frisar a importância de uma égua da criação nacional (BH) estar saltando entre os melhores na Europa, isso é muito importante para fortalecer ainda mais a criação no país.
Pimenta e GB Celine em mais um flash no GP do CSI-W Indoor 2018
Quais as suas expectativas para Copa do Mundo?
A expectativa é a melhor possível. Estou prestes a viver uma experiência única. Poucos atletas no Brasil têm a oportunidade de participar de campeonatos na Europa, ainda mais de uma Copa do Mundo. Estou me preparando para chegar na melhor forma possível e dar nosso melhor.
Em Brasília você treina onde? Planeja voltar logo depois da Copa do Mundo?
Divido meus treinos entre a Sociedade Hípica de Brasília e o Manege RM, da minha aluna Flavia Mello. Na FHBr, dou aulas, monto cavalos de clientes e realizo meus treinos. Lá conto com o apoio de uma equipe completa. Na estrutura do Manège, mantenho alguns potros e cavalos para comércio. Sobre o Brasil, volto logo após a Copa. A égua continua na Europa. Após o concurso, eu e o Daniel vamos avaliar e programar o futuro da Celine.
Qual o seu planejamento em 2019/2020? Brigando por uma vaga no Pan e Tóquio? Alguma outra meta?
No momento, o foco é a Copa do Mundo. É claro que todo cavaleiro sonha com Pan e Olimpíadas, comigo não é diferente. A Celine é uma égua excepcional e que nos faz sonhar alto. Minha vontade como cavaleiro é continuar construindo um conjunto com ela e saltar muitos campeonatos nos próximos anos.
No hipismo você tem algum ídolo?
Steve Guerdat, Nelson Pessoa e Marcus Ehning. Em meu último concurso em Dortmund, na Alemanha, tive o prazer de não só conhecer Marcus Ehning, como de saltar a mesma prova que ele. Isso é incrível!
Luiz Felipe ao lado do ídolo o cavaleiro top alemão Marcus Ehning, também um dos maiores vencedores da história em finais de Copa do Mundo
Você tem perfis - pessoal e da equipe Pimenta - muito ativos nas redes sociais. Fale da importância das redes na divulgação do esporte e seu trabalho.
Há dois anos estamos investindo na comunicação em nossas redes sociais. A equipe Felipe Pimenta é um espaço de todos que estão comigo. Somos uma grande família. E é isso o que queremos transmitir. E temos nos surpreendido: além do fomento ao esporte, dos meus resultados e da valorização dos alunos, temos criado conexões verdadeiras com pessoas que amam o esporte.
Muitas pessoas vêm até mim para buscar informações, pedir dicas ou fazer parcerias. Consigo sair do Brasil e chegar no mundo todo em apenas um clique. Ser visto é importante! Imagine a praticidade de saltar na Bélgica e minutos depois compartilhar meu trabalho com todos que torcem por mim. As redes sociais têm mostrado todo seu potencial. Pretendo lançar cada vez mais projetos online.
Deixe um recado para seus amigos e fãs que estão na torcida por você ai na Europa!
Estou muito orgulhoso do que estamos construindo. Levar as cores do meu país para a Copa do Mundo é sonho sendo vivido! Tenham certeza de que não estou medindo esforços para representar o Brasil no meu melhor nível. Obrigado a minha equipe e a todos que torcem e vibraram por nós, vamos juntos!
Imprensa CBH - Carola May; fotos: Luis Ruas, Itamar Aguiar e acervo pessoal