Rodolpho Riskalla, prata em Tóquio e no último Mundial em 2018 em Tryon, e Sérgio Oliva, bronze nos Jogos do Rio 2016, e os estreantes Thiago Fonseca dos Santos e Flamarion Pereira da Silva buscam pódios e vaga para o Brasil na Paralimpíada de Paris 2024
Rodolpho Riskalla quer fazer a despedida das pistas de Dom Henrico em grande estilo, e o retrospecto da dupla justifica. O entrosamento harmonioso de homem e cavalo se revelou em muitas conquistas, com destaque para a inédita medalha de prata na Paralimpíada de Tóquio 2021, e as duas pratas na ultima edição do Mundial em 2018 em Tryon, Estados Unidos. Subir mais um degrau no pódio da BB Horse Arena, em Herning, palco das competições a partir desta quarta-feira, 10/8, até domingo, 14, faz parte das metas deste paulistano de 37 anos, atualmente radicado na Alemanha. Rodolpho Riskalla, vítima de uma meningite bacteriana que trouxe como sequelas a perda de parte inferior das pernas e de dedos de uma mão, em 2015, compete no Grau IV.
Rodolpho e Don Henrico na comemoração da prata em Tokyo; img COB
Don Henrico na inspeção veterinária em Herning
Quem também está em Herning com “sede” de pódio é o também medalhista paralímpico Sérgio Oliva, brasiliense que no dia 17/08 entra para o time dos quarentões. Campeão Mundial 2007 em Hartpury, Inglaterra (ouro na prova técnica e bronze no estilo livre), dono de dois bronzes na Paralimpíada do Rio 2016, Sérgio Oliva também integrou o Time Brasil nos Jogos de Tóquio 2021, Londres 2012 e Pequim 2008. Dos Jogos Equestres Mundiais participou desde a introdução da modalidade no evento, em 2010, em Kentucky, Estados Unidos, e depois em 2014 na Normandia, França, e em 2018 em Tryon, EUA. O atleta também conquistou dois ouros (prova técnica e estilo livre) e prata por equipe nos Jogos Parapan de Mar del Plata 2003. Oliva tem participado de internacionais do circuito europeu e coleciona vários títulos no Campeonato Brasileiro. Em Herning, o cavaleiro volta a montar Millenium, com quem competiu em Tóquio. Sérgio, que compete no grau I, nasceu prematuro e por falta de oxigenação na incubadora ficou com paralisia cerebral.
Sérgio, dono de dois bronzes na Rio 2016, com Millenium em Tokyo 2020; img: COB
Milenium com Andrea Kober, técnica do Time Brasil, na inspeção veterinária em Herning
Completam o time outros dois atletas com experiência no circuito internacional e donos de títulos brasileiros, mas que estreiam no Campeonato Mundial: Flamarion Pereira de Silva, que sofreu sequelas com a síndrome de Guillain Barré monta Francis no grau II, e Thiago Fonseca dos Santos, que tem dificuldade de movimentação em uma perna, monta Johnny Walker Plus no Grau V.
Francis, montaria de Flamarion, com Malu Malzoni, treinadora dos cavalos
Johnny Walker Plus, montaria de Thiago, no vet check
O Time Brasil de Adestramento Paraequestre tem como técnica Andrea Kober, a chefe de equipe Rosana Ayrosa, os veterinários Rodrigo Saito e Henrique Macedo e Claudiane Crisóstomo Pasquali, diretora da modalidade na Confederação Brasileira de Hipismo (CBH).
Programação em Herning
No Paraequestre, cada grau tem seu próprio pódio tanto na prova técnica quando no freestyle. A prova técnica é a primeira a se realizar, e quem dá a largada nesta quarta-feira 10 a partir das 08h30 (03h30 no Brasil) é Rodolpho Riskalla / Don Henrico (grau IV). Na sequencia, a partir das 12h15 (07h15) será vez de Flamarion Pereira da Silva / Francis (grau II) seguida da premiação dos graus IV e II. A partir das 15h30 (10h30) Sérgio Oliva / Millenium (grau I) encerra a participação do Brasil na estreia. Thiago Fonseca dos Santos / Johnny Walker Plus compete na quinta-feira, 11, no grau V.
Ao longo da semana serão definidos os pódios por equipe e mais um individual, o Freestyle, no domingo, 14, encerramento do mundial.
Sobre o Brasil no Mundial
O Adestramento Paraequestre foi a última modalidade a integrar os Jogos Equestres Mundiais (WEG na versão em inglês) e, hoje, ECCO FEI World Championship. A modalidade estreou em 2010 em Kentucky / EUA, quando o Time Brasil ficou em 13º lugar.
Na Normandia, França, 2014, a equipe ficou em 12º, com o melhor resultado individual, 6º lugar de Vera Lúcia Mazzilli/Ballantine. Em Tryon, EUA, em 2018, o Brasil registrou sua melhor campanha no Mundial com a conquista das duas pratas individuais de Rodolpho Riskalla / Don Henrico e o 7º lugar por equipes.
Imprensa CBH com colaboração Rute Araújo; fotos: Luis Ruas e COB (arquivo)