Foi a partir da década de 1990, que o Adestramento Brasileiro teve um novo impulso e patrono com o médico, empresário e apaixonado cavaleiro e amante da modalidade Jorge Ferreira da Rocha.
Jorge Ferreira da Rocha fez e escreveu a história do hipismo brasileiro
Sua trajetória e história no hipismo brasileiro é inusitada. "Aos 14 anos, escondido da minha família, tentei uma vaga no Hipódromo do Rio. Para a minha grande decepção, fui reprovado." Os anos se passaram e nem o tempo nem o trabalho apagaram seu sonho. Jorge se tornou cavaleiro olímpico em Sydney 2000, garantindo a primeira participação de um brasileiro no Adestramento após 27 anos de jejum.
Jorge com seu cavalo Wout que lhe deu inúmeras conquistas e ajudou a levar até o mais alto nível de competição
Em 2014, ano em que o Brasil comemorou ouro, prata e bronze individual e por equipes nos Jogos Sul Americanos em Santiago no Chile e agora faltando dois anos para Jogos Olímpicos Rio 2016, a Confederação Brasileira de Hipismo decidiu homenagear Jorge Ferreira da Rocha com a criação do Troféu Perpétuo da categoria Senior Top (mais alto rendimento) que, a cada ano, terá a inscrição do campeão do ranking brasileiro de Adestramento, a exemplo do Troféu Nelson Pessoa, brasileiro ícone mundial da modalidade Salto. A primeira a ter seu nome inscrito no Troféu Jorge Ferreira da Rocha é a jovem amazona olímpica Luiza Tavares de Almeida, campeã do ranking brasileiro senior top 2013.
Jorge Ferreira da Rocha: exemplo de superação, dedicação e apoio incondicional ao Adestramento Brasieiro
Conquistas pessoais e legado para novas gerações
O caminho de Jorge Ferreira até os nobres picadeiros pode ter acontecido tarde para os padrões normais no hipismo, mas com força total. Em 1994, aos 47 anos, nascia a meta olímpica que contou com importante apoio e parceria da amazona francesa Marietta Almasy. Os resultados não demoraram. Entre outras conquistas, aos 53 anos, em 1998, Jorge comemorou os títulos de campeão brasileiro e sul-americano. "Dentro de você tem de haver um Peter Pan", declarou Rocha, à época da classificação olímpica.
Jorge Ferreira da Rocha com sua instrutora Marietta Almasy, grande responsável pela sua ascensão no esporte
Mas ao mesmo tempo, o cavaleiro e empresário deixou um incontestável legado com a criação do Concurso de Dressage Internacional Amil há mais de 20 anos. Com presença sistemática de juízes top mundiais no país, treinadores de ponta, o Adestramento no Brasil foi mudando a sua cara com aumento do número de adeptos e contínua elevação do nível técnico. Foi durante esse processo que o Brasil garantiu a medalha de bronze por equipes no Pan Rio 2007, Jorge Rocha honrou o Brasil em Sydney 2000, o Brasil teve outras duas participações olímpicas com Luiza Almeida e acaba de comemorar o domínio total do pódio nos Jogos Sul-Americanos com uma nova geração de atletas.
Jorge Ferreira da Rocha e Sílvia Boer na conquista do ouro no Campeonato Sul Americano 1999
Se hoje a base do Adestramento cresceu e vem galgando cada vez reconhecimento internacional, devemos isso a Copa Amil que fomentou a modalidade durante 20 anos. Há muito caminhos a trilhar. Mas o exemplo, a inspiração e generosidade de Jorge Ferreira da Rocha confirmam que com trabalho e dedicação, sonhos se tornam realidade.
Paixão por cavalos e o adestramento