Faleceu, aos 74 anos, Tommy Brennan, o lendário cavaleiro olímpico irlandês de Concurso Completo de Equitação (CCE), Salto e armador de percursos.
Tommy Brennan nasceu em 29 de janeiro de 1940 e cresceu na fazenda da família em Dunnamaggin, onde já na infância começou seu amor pelos cavalos e participava das caças do Co Kilkenny Foxhounds, aprendendo desde cedo a arte de saltar grandes obstáculos o que seria muito importante em sua carreira no CCE e Salto.
Tommy Brennan, lendário cavaleiro olímpico irlandês, com o cavalo de sua vida Kilkenny
Posteriormente Tommy Brennan, também popularmente conhecido por TB, prosseguiu com os estudos equestres e na agricultura, no Skiddoo Stud, em Dublin, assumindo a direção operacional pouco tempo depois.
Nascia também sua famosa parceria com o cavalo Kilkenny.
Brennan e Kilkenny foram bem sucedidos tanto no CCE como no Salto. Nos Jogos Olímpicos de Tokio em 1964, a dupla ficou a um passo do pódio com o 4º lugar individual. O ponto alto da carreira de TB e Kilkenny veio em 1966 quando integraram o time de ouro ao lado de Virginia Freeman-Jackson (Sam Weller), Major Eddie Boylan (Durlas Eile), and Penny Moreton (Loughlin) no Campeonato Mundial de CCE em Burghley (GBR).
Kilkenny foi então vendido para os EUA onde manteve o sucesso com o cavaleiro Jimmy Wofford, incluindo uma medalha de ouro por equipes nos Jogos Pan-maericanos de 1967 e prata por equipes nas Olimpíadas de 1968 e 1972.
Brennan também iniciou a carreira de outro cavalo e heroi olímpico irlandês, o tordilho Ambassor, que conquistou ouro nas Olímpicos 1972 em Munique com o cavaleiro italiano de salto Graziano Mancinelli.
Em 1968, Brennan passou a ser o primeiro irlandês selecionado para defender a Irlanda em duas modaliades olímpicas no Salto e CCE. Infelizmente, um mês antes do Jogos, o seu cavalo de Salto Tubber Mac quebrou a pata ao criar na água no Dublin Horse Show. Curiosamente, a água também foi decisiva no Cross Country no México, onde chovia torrencialmente durante a prova fazendo com que um rio invadisse um obstáculo ao final do percurso. Brennan e seu cavalo March Hawk saltaram o obstáculo mas do outro lado foram arrastados pela correnteza. O cavalo sabia nadar mas Brennan não e somente sobreviveu agarrado a sela até ser salvo pelo então presidente da FEI, o príncipe Phillip.
Brennan computou 67 vitórias internacionais, foi nove vezes campeão irlandês com nove cavalos diferentes na Royal Dublin Society, a casa do Dublin Horse Show. Mas seus talentos não se resumiam ao dorso dos cavalos. Ele também usava suas habilidades criativas e artísticas para produzir excelentes percursos de Cross Country pelo mundo afora, com destaque para o Campeonatos Europeus em Punchestown (IRL), em 1991 e 2003.
Ele batizou o obstáculo final de 1991 como “They will rise again”, um uma máxima do livro "Book of Kells, um livro religioso iluminado considerado um tesouro nacional na Irlanda.
Também atuou com treinador de cavaleiros das categorias junior e young rider, além de ter sido um bem-sucedido chefe de equipe. Somente entre 1981 e 1981, a equipe de juniores liderada por Brennan arrematou uma medalha de ouro, duas de prata e uma de bronze. Também atuou como chefe de equipe do time senior, com destaque para o ano de 2007 com vitórias no CSIO de Linz na Áustria, Drammen (NOR) e Poznan (POL).
Em 1985 Tommy Brennan foi condecorado com o "FEI Gold Badge of Honour" em 1997 entrou para o Hall da Fama do "Irish Sports Conil for Services to Equestrian Sport".
“Tommy Brennan tinha caráter excepcional, foi um lendário formador de cavalos campeões e muito talentoso como course-designer", destacou Catrin Norinder, diretora de CCE e Olimpíadas da Federação Equestre Internacional (FEI). “Além dos percursos brilhantes e ele sempre tinha uma história a contar e vamos sentir muito a sua falta."
Ele deixou sua irmã Kathleen (O'Neill), irmão Peter, sobrinhos e sobrinhos netos. Uma multidão compareceu a seu funeral em 22/7.
A FEI expressa suas sinceras condolências a familia e amigos de Tommy Brennan e toda a comunidade hípica.
Fonte: FEI - Grania Willis e Denise Devillaire; tradução e versão: CBH CMay