A Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), presidida pelo João Loyo de Meira Lins, tomou conhecimento da Ação Civil Pública requerida pela Associação Passofundence de Proteção aos Animais na Comarca de Itatiba (SP), na qual a juíza Renata Heloisa da Silva Salles deferiu em parte a liminar pleiteada - proibindo o uso de quaisquer "instrumentos de montaria" que causem "dor e sofrimento nos animais" que estejam participando do Concurso Hípico de Salto denominado 5ª Etapa DTC Tour e 6ª Etapa Longines XTC 2021, a ser realizado entre 24 e 28/8, fora da programação oficial desta Confederação.
Cabe, todavia, esclarecer que no Brasil a prática dos esportes hípicos e competições, especialmente as modalidades clássicas e olímpicas, como o Salto, Adestramento e Concurso Completo de Equitação, devem seguir as normas e regras internacionais de proteção ao bem-estar do cavalo, nos campeonatos organizados sob a tutela da Confederação Brasileira de Hipismo, que os fiscaliza por meio de regulamentos veterinários, regulamentos esportivos e seus oficiais. As referidas regulamentações abrangem desde o trato diário de alimentação, estabulagem, relação de equipamentos permitidos para montaria, transporte, exames veterinários e controles epidemiológicos de rotina, inspeção veterinária antes e durante concursos hípicos, controle antidopagem, bem como regras quanto às ajudas empregadas por cavaleiros e amazonas na forma de conduzir o cavalo.
Destaque ainda para a inquestionável importância do mercado do cavalo e dos esportes equestres para a economia nacional. Diversificado e organizado, com 5,3 milhões de cabeças e ocupando o 4º lugar no ranking mundial em tamanho de plantel, o segmento do cavalo no Brasil vem em evolução constante, apresentando um crescimento bruto de 113% na última década, movimentando anualmente R$ 16,15 bilhões, gerando 3,6 milhões de empregos, sendo 610 mil diretos com mão de obra especializada.
Essa é a conclusão do Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo, publicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em primeira versão em 2006 e atualizado em 2016. O Hipismo é uma das faces deste importante segmento com nove modalidades que estão sob chancela da CBH: Adestramento, Paraequestre, Atrelagem, Concurso Completo de Equitação (CCE), Enduro, Salto, Volteio, Rédeas e Tambor, em que o Salto corresponde a cerca de 70%. O Estudo do Mapa contabiliza cerca de 50 mil praticantes em 30 modalidades praticadas no país, em provas regionais a disputas internacionais, refletindo em toda a cadeia produtiva do cavalo e impondo aos criatórios e praticantes do hipismo um constante aprimoramento na criação, trato, cuidados com a saúde e treinamento de cavalos atletas.
Finalmente, a CBH ciente da constante necessidade de monitorar e aprimorar processos de proteção aos animais, indo ao encontro dos anseios da comunidade hípica e sociedade em geral, anunciou recentemente, a criação da Comissão e Ouvidoria do bem-estar e Saúde de Equinos. A Comissão e Ouvidoria do bem-estar do cavalo visa criar melhores mecanismo em defesa do cavalo, grande e principal companheiro de jornada no esporte e vida de quem tem o privilégio de vivenciar essa parceria e relação afetiva única. As ações também serão pautadas pela divulgação dos mais recentes estudos científicos envolvendo o bem-estar animal.
Por fim, visando garantir a prática dos esportes hípicos - sempre com total atenção ao bem-estar dos nossos principais e grandes estrelas dos concursos: os cavalos – a união da comunidade hípica em torno da defesa do hipismo é primordial. “Não mediremos esforços em prol do hipismo e relacionamento único entre homem e cavalo, cuja trajetória não só permeia os séculos, mas é milenar. No mundo moderno, a criação, manutenção dos cavalos e esportes equestres utilizam processos legítimos para garantir o bem-estar e dignidade da vida animal. Estamos todos juntos nessa luta!” - destaca João Loyo de Meira Lins, presidente da CBH.